Após pouco mais de uma semana internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Galvão Bueno recebeu alta médica nesta sexta-feira, 21. O narrador esportivo, de 74 anos, havia passado por uma bateria de exames e acabou recebendo o diagnóstico de pneumonia. Após o início do tratamento e acompanhamento contínuo, seu quadro foi estabilizado, permitindo que deixasse o hospital com boa evolução clínica.
Para entender melhor a condição que levou à internação do comunicador e esclarecer dúvidas comuns sobre a doença, CARAS Brasil conversou com o Dr. Yuri Castro, médico emergencista, que explicou de forma simples como a pneumonia se manifesta, seus riscos e quando o tratamento hospitalar se torna indispensável.
“A pneumonia é uma inflamação dos pulmões, geralmente causada por uma infecção bacteriana, viral ou fúngica. Ela afeta diretamente os alvéolos, que são os pequenos sacos de ar responsáveis pelas trocas gasosas. Quando esses alvéolos se enchem de secreção, o organismo passa a trabalhar muito mais para conseguir oxigênio”, diz.
Segundo o especialista, os sinais costumam ser bastante característicos, ainda que possam variar conforme a idade do paciente.
“Os sintomas mais comuns incluem tosse com secreção, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito ao respirar ou tossir, cansaço excessivo e sudorese. Em idosos, é muito frequente surgir confusão mental e fraqueza; já nas crianças, podem aparecer náuseas, vômitos e irritabilidade”, explica.
A gravidade da pneumonia também é um ponto de atenção e, em alguns casos, pode colocar a vida em risco. “Os riscos existem e não são pequenos. Uma pneumonia não tratada adequadamente pode evoluir para insuficiência respiratória, sepse e até mesmo morte, especialmente em pessoas mais vulneráveis”, alerta.
Ele explica que a internação, como a que ocorreu com Galvão, não é necessária para todos os pacientes, mas é essencial em situações específicas. “A hospitalização é indicada quando o quadro é mais grave, principalmente em idosos ou pessoas com comorbidades. Febre muito alta, confusão mental, dificuldade intensa para respirar, queda na pressão ou casos de pneumonia adquirida no ambiente hospitalar são sinais de alerta. Nessas situações, o acompanhamento precisa ser constante”, fala.
O tratamento, por sua vez, varia de acordo com o agente causador da infecção, mas costuma seguir um protocolo bem estabelecido. “Quando a pneumonia é bacteriana, utilizamos antibióticos. Nas virais, muitas vezes o foco é repouso, controle da febre e monitoramento. Em quadros mais severos, podemos precisar de internação, oxigenoterapia ou antivirais. Hidratação, medicamentos para aliviar a tosse, anti-inflamatórios e até fisioterapia respiratória completam o cuidado”, complementa.
Apesar do susto, o médico reforça que a doença tem cura, principalmente quando identificada e tratada de maneira rápida.
“Sim, a pneumonia tem cura. Tudo depende da causa e da gravidade, mas com tratamento adequado, a grande maioria dos pacientes evolui muito bem”, finaliza.
