Empresa afirma que revisão de R$ 1,1 bi em estoques decorreu da modernização de sistemas e não configura Fato Relevante
O Grupo Mateus S.A. enviou novos esclarecimentos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre ajustes contábeis relativos à valorização de estoques e ao custo das mercadorias vendidas. O ofício foi uma resposta à autarquia, que pediu explicações após as alterações serem divulgadas.
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De acordo com a companhia, os ajustes (que totalizaram aproximadamente R$ 1,1 bilhão) já haviam sido apresentados em seus relatórios trimestrais e em apresentação a investidores. A empresa atribuiu as mudanças à revisão e modernização de processos internos, incluindo a adoção de um novo sistema de custeio, descrito como mais robusto e integrado.
A administração enfatizou que os reajustes nos saldos comparativos não tiveram relação com falhas operacionais de inventário. Paralelamente, no entanto, a empresa admitiu estar implementando medidas para reforçar os controles internos. Entre as ações listadas estão a revisão de procedimentos de inventário nas lojas, o aumento da frequência de contagens físicas e o aprimoramento de protocolos para conter furtos e desvios em unidades específicas. A empresa ressalvou que tais iniciativas são parte de um esforço contínuo e não estão vinculadas aos ajustes contábeis questionados.
Especulações do mercado
O comunicado também abordou especulações publicadas na imprensa, nas quais concorrentes do setor atacadista teriam levantado hipóteses sobre possíveis erros na apuração de estoques, cálculo de impostos e bonificações. O Grupo Mateus afirmou desconhecer a origem dessas conjecturas e considerou que elas refletem percepções externas, e não as práticas efetivamente adotadas pela empresa.
Justificativas para os ajustes
A companhia detalhou que a revisão promoveu melhorias estruturais, como maior rastreabilidade da origem dos custos, integração automática entre as áreas contábil, fiscal e operacional, e padronização tributária. A iniciativa, segundo a empresa, resultou em uma governança aprimorada dos processos de conciliação.
Divulgação como Fato Relevante
Questionada pela CVM sobre a não divulgação dos ajustes como Fato Relevante, a empresa defendeu-se argumentando que o impacto de R$ 1,1 bilhão representou 3,8% do ativo total original. O efeito líquido no patrimônio foi de R$ 846,6 milhões, elevando-o para R$ 10,2 bilhões até setembro de 2025. A administração destacou que as mudanças não afetaram o caixa, a liquidez ou o cumprimento de cláusulas de financiamentos, nem criaram riscos às operações.
