Ao comentar os dados do balanço dos primeiros três anos do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentados nesta quarta-feira, 17 de dezembro, durante reunião ministerial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, resumiu em duas palavras o momento do Brasil e as projeções para o próximo ano nas áreas estratégicas para o país: crescimento sustentável.
“O Brasil não tem saída sem crescimento. Não há como resolver os problemas do Brasil sem crescimento. É óbvio que esse crescimento tem que ser sustentável. E estamos demonstrando isso ao crescer com o menor desemprego e menor inflação somados”, destacou o ministro.
O Brasil não tem saída sem crescimento. Não há como resolver os problemas do Brasil sem crescimento. É óbvio que esse crescimento tem que ser sustentável. E estamos demonstrando isso ao crescer com o menor desemprego e menor inflação somados”
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
A declaração de Haddad ocorre em um contexto de melhora consistente dos principais indicadores macroeconômicos do país. “Nós estamos com a menor inflação quadrianual da história, projetando 2026, e isso vale para muitos outros indicadores, como desemprego. É isso que faz a virtude do governo”, afirmou Haddad.
Antes da fala do ministro da Fazenda, o titular da Casa Civil, Rui Costa, apresentou em detalhes os números consolidados das conquistas obtidas entre 2023 e 2025, comparando-os com o triênio da gestão anterior, entre 2019 e 2021. Os avanços se espalham por diversas áreas, da saúde à educação; do combate à fome à habitação; da valorização da renda do trabalhador ao controle à inflação; do cuidado com o meio ambiente e as comunidades indígenas e quilombolas ao crescimento econômico e à ampliação da infraestrutura fundamental ao país.
ECONOMIA – No campo da economia, o Brasil alcançou nesta gestão a menor taxa de desemprego da série histórica (5,4%) e um recorde de 102,5 milhões de pessoas ocupadas em outubro de 2025. No que se refere à renda do trabalhador, o rendimento médio real subiu para R$ 3.544, o maior valor da história, com crescimento de 7,8% entre 2023 e 2025.
Os indicadores somam-se a uma das conquistas mais emblemáticas do governo: a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil a partir de janeiro de 2026. Dez milhões de brasileiros vão deixar de pagar o IR e outros 5 milhões terão desconto progressivo, o que amplia a renda disponível, fortalece o consumo e estimula a atividade econômica.
“O mercado de trabalho está no seu melhor momento. As pessoas estão saindo dos programas de transferência de renda porque tem vaga de trabalho disponível. A taxa de desemprego é a mínima histórica. O mercado de trabalho está gerando o melhor salário mínimo da série histórica, em termos reais, e o melhor rendimento médio por trabalhador”, sublinhou o ministro da Fazenda.
CRESCIMENTO – Haddad ressaltou ainda o índice médio de crescimento do país, que atingiu patamares que superaram as expectativas do mercado. “O crescimento médio desses três anos é superior a 3%. A previsão é chegar a um crescimento médio de 2,8%. É o maior crescimento desde os governos Lula 1 e 2. Mais importante do que o dado em si é o potencial da economia brasileira de crescer mais”, afirmou Haddad.
Na reunião ministerial deste fim de ano, apresentamos um balanço das realizações da nossa gestão em três anos. Um momento de reafirmar o compromisso com o bem-estar da população, o crescimento econômico e a preservação socioambiental. Ações e resultados concretos que demonstram a…
— Lula (@LulaOficial) December 17, 2025
FORA DO MAPA DA FOME – O Brasil celebrou novamente a retirada do país do Mapa da Fome da ONU. Entre 2022 e 2024, 8,7 milhões de brasileiros deixaram a pobreza, e 3,1 milhões saíram da extrema pobreza. “Nós tiramos o país do Mapa da Fome e alcançamos o menor índice de Gini da nossa história recente. Quanto menor o índice de Gini, melhor a distribuição de renda. Hoje, estamos com 0,506, o menor da série histórica”, pontuou.
INFRAESTRUTURA E INDÚSTRIA – No campo da infraestrutura, o Novo PAC impulsionou obras em todo o país. O programa prevê investimentos de R$ 1,3 trilhão no período 2023–2026, dos quais R$ 944,8 bilhões já haviam sido executados até agosto de 2025, com 99% dos municípios beneficiados. Na indústria, o Plano Mais Produção destinou R$ 516 bilhões à reindustrialização. O Mover alavancou R$ 190 bilhões em investimentos no setor automotivo, e o Brasil alcançou o segundo maior crescimento industrial dos últimos 10 anos.
“Em todos os principais programas de investimento do país, há hoje mais recursos do que no passado — em alguns casos, o dobro ou o triplo do que havia cinco ou seis anos atrás”, frisou o ministro.
HABITAÇÃO – O Minha Casa, Minha Vida superou a meta prevista para 2026 e já contratou 2 milhões de moradias, em 4,7 mil municípios, com 1,6 milhão de unidades entregues. A nova meta é contratar 3 milhões até o fim de 2026. “Nós temos que colocar o povo no orçamento e o rico no imposto de renda. E nós fomos recompondo o orçamento do país, tanto do ponto de vista do investimento quanto do ponto de vista da receita”, analisou Haddad.
OUTROS DESTAQUES – Durante a apresentação de Rui Costa, diversos avanços foram apresentados em diferentes áreas. Entre eles, destacam-se:
- SAÚDE – Recorde de cirurgias eletivas pelo SUS, com mais de 14,5 milhões de procedimentos realizados em 2025 — aumento de 37% em relação a 2022. No Farmácia Popular, todos os medicamentos do programa passaram a ser 100% gratuitos em 2025 e chegaram a 27 milhões de pessoas entre 2022 e 2025.
- EDUCAÇÃO – O Pé-de-Meia beneficiou 5,7 milhões de jovens desde 2023. A Educação Técnica e Superior registrou expansão, com 106 novos campi de Institutos Federais e 10 novos campi universitários em andamento até 2026.
- AGRONEGÓCIO E AGRICULTURA FAMILIAR –O Plano Safra do período 2023-2025 é o maior da história, com R$ 1,62 trilhão destinados ao setor, aumento de 127% sobre o período anterior.
- PRESERVAÇÃO AMBIENTAL – O desmatamento na Amazônia em 2025 foi 50% menor em relação a 2022. No Cerrado, a queda foi de 32,3% no mesmo período.
- SEGURANÇA PÚBLICA – Recorde de apreensões contra o crime organizado, somando mais de R$ 9,6 bilhões em bens e dinheiro em 2025, duas vezes e meia acima dos R$ 3,8 bilhões apreendidos em 2022.
- DIGNIDADE E TERRITÓRIO – Entre 2023 e 2025, o Brasil avançou na proteção de comunidades tradicionais com a emissão de 60 decretos de desapropriação para territórios quilombolas e a homologação ou declaração de 51 terras indígenas.
- CONECTIVIDADE – Por meio do Novo PAC, a tecnologia 5G já foi implantada em 1.329 sedes municipais e o país avançou na infraestrutura digital com a entrega de infovias de fibra óptica que conectam regiões estratégicas da Amazônia.
- BRASIL NO MUNDO – O país retomou o protagonismo internacional ao liderar cúpulas como G20, BRICS e a COP30, na Amazônia, além de fechar acordos históricos, como o Mercosul-Cingapura e o avanço nas negociações com a União Europeia.
ANO DA VERDADE – O ministro da Fazenda concluiu apontando os desafios de 2026. “Vai ser um ano muito difícil. É um desafio lidar com as redes sociais. O presidente Lula fala que o ano que vem é o ano da verdade. Se a gente transformar o ano que vem no ano da verdade, nós vamos ter mais quatro anos de trabalho aqui”, disse o ministro.
