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Hoje no Tombense, técnico Cristóvão Borges reafirma carinho pelo Vasco e fala sobre a final da Copa do Brasil

by admin

Hoje no Tombense, técnico Cristóvão Borges reafirma carinho pelo Vasco e fala sobre a final da Copa do Brasil

Cristóvão Borges cita carinho por Vasco e Corinthians: “Parte da minha história”

Vasco e Corinthians decidem neste domingo quem será o campeão da Copa do Brasil no Maracanã. A quase 360km do Rio de Janeiro, longe dos holofotes, um treinador que já trabalhou nos dois clubes e esteve por alguns anos na prateleira principal do futebol brasileiro retoma a carreira profissional.

Depois de dois anos longe da área técnica, Cristóvão Borges volta ao trabalho como treinador. Anunciado pelo Tombense, o profissional vai dar uma pausa no trabalhos diários para acompanhar a decisão do torneio, já que os finalistas têm lugares cativos — e diferentes — no coração dele.

Se de um lado está o Vasco — clube pelo qual Cristóvão foi campeão da própria Copa do Brasil como auxiliar e teve bons momentos como treinador —, do outro está o Timão, onde ele substituiu o multicampeão Tite e teve pouco tempo de trabalho, mas o suficiente para considerar a passagem como especial.

Em bate-papo com o ge, Cristóvão Borges relembrou momentos nos dois clubes, elogiou Fernando Diniz e Dorival Júnior, mas preferiu ficar em cima do muro para escolher um lado na final.

— Toda final tem equilíbrio. Com este confronto não é diferente. Até porque são trajetórias de dificuldades e oscilações na temporada, de altos e baixos. Logicamente houve um crescimento para se chegar à final, e as equipes chegam moralizadas. São equipes fortes, que têm respaldo de grandes torcidas, muita força. Vejo equilíbrio.

“Vou torcer por um bom futebol. As duas equipes fazem parte da minha história e tenho carinho pelas duas”.

Vasco: “Marcante na minha história”

Cristóvão Borges relembra trajetória de grandes campanhas pelo Vasco

A primeira oportunidade de Cristóvão Borges como técnico foi no Gigante da Colina, entre 2011 e 2012. Como auxiliar, ele já havia conquistado a Copa do Brasil naquele ano. A chance no comando técnico apareceu quando o então treinador Ricardo Gomes sofreu um Acidente Vascular Cerebral no clássico contra o Flamengo no Nilton Santos.

Cristóvão se lembra com tristeza do motivo que permitiu a ele ter a chance de assumir a equipe. E lembra que o Vasco já vivia um momento difícil com relação a títulos nacionais, após rebaixamentos e campanhas ruins na década anterior.

Ricardo Gomes, técnico do Vasco, deixa o campo de ambulância e chega ao hospital em 2011

— O Vasco é um ponto bem marcante na minha história esportiva, por vários motivos. Foi no Vasco que me tornei treinador. Infelizmente foi de uma maneira que nos trouxe bastante tristeza. Foi o acontecimento com o Ricardo Gomes, eu era auxiliar dele na época. Havíamos ganhado a Copa do Brasil e, assim como agora, anteriormente o Vasco vivia um hiato muito grande de conquistas nacionais — contou.

A primeira passagem do comandante foi muito boa. O técnico ficou à frente do Vasco em 78 partidas, com 41 vitórias, 18 empates e 19 derrotas, com 60,2% de aproveitamento. Além de ficar na segunda colocação do Campeonato Brasileiro de 2011, a equipe com Cristóvão chegou à semifinal da Copa Sul-Americana do mesmo ano e foi vice-campeão também da Taça Guanabara e Taça Rio no ano seguinte.

O treinador fala com muito carinho do que viveu em São Januário. Apesar de momentos desafiadores, ele afirma que a equipe poderia até ter conquistado mais taças, se não parasse justamente na “pedra no sapato”: o próprio Corinthians.

“Eu vivi grandes momentos, muito marcantes. Foi uma época em que dirigi um grande time com grandes jogadores. Fizemos campanhas impressionantes. Quase fomos campeões brasileiros (2011) e quase chegamos na fase final da Libertadores (2012), quando perdemos para o Corinthians, que venceria a competição e seria campeão mundial”.

Ele voltaria ao time carioca em 2017, para uma passagem mais curta, de apenas 11 jogos. Nesse intervalo, o treinador rodou e teve experiências em outros clubes importantes como Bahia, Flamengo, Fluminense, Corinthians e Athletico-PR, onde foi campeão paranaense.

Corinthians: peso de substituir Tite e trabalho curto

A passagem de Cristóvão Borges no Timão, em 2016, foi rápida. A derrota por 2 a 0 para o Palmeiras na Neo Química Arena colocou fim a um trabalho de menos de três meses do comandante no Alvinegro. Muito xingado pela torcida após o revés no dérbi, o treinador foi demitido ainda no vestiário do estádio pelo presidente Roberto de Andrade.

O técnico deixou o Timão após 18 partidas realizadas. Foram sete vitórias, cinco empates e seis derrotas, um aproveitamento de 48,1%. Ao todo foram 23 gols pró e 20 contra no período.

Cristóvão lembra que teve muitas dificuldades durante o período à frente do Alvinegro. Ele se recorda de perder jogadores importantes, como Elias e Bruno Henrique, que deixaram o Parque São Jorge.

Cristóvão Borges cita peso de substituir Tite e lamenta trabalho curto no Corinthians

No entanto, ele considera que a pressão de ser o substituto de Tite, ídolo e multicampeão pelo clube paulista, também teve peso considerável para que as coisas não funcionassem rapidamente.

— O trabalho era bom e estávamos em um momento muito difícil, porque eu estava indo substituir o treinador da seleção brasileira. O Tite estava saindo depois de ser campeão mundial, de ganhar o Brasileiro. No último jogo dele eu estava no estádio, e foi a primeira vez que eu vi um treinador ser ovacionado como ídolo. Aquilo indicava a responsabilidade que eu ia ter — relembrou.

Apesar do pouco tempo de casa e de não ter tido sucesso no comando do Alvinegro do Parque São Jorge, Cristóvão afirma que guarda o clube no coração e que não guarda ressentimentos das pessoas que conduziam o dia a dia do Corinthians.

“Mágoa? Jamais! Não cabe. Aliás, nos lugares onde eu trabalhei, com mais ou menos dificuldades, magoa eu não tenho, não guardo.

— O Corinthians foi maravilhoso. Para dar certo, faltou pouco. É daquelas coisas que são do futebol, como são da vida. Tem coisas que estão no seu controle e outras não estão, independem do seu querer — completou.

Elogios a Diniz e Dorival

Depois de 2017, o treinador acumulou períodos longos longe dos gramados. Em 2020, Cristóvão conquistou o Campeonato Goiano pelo Atlético-GO. Em seguida, foram mais três anos sem comandar equipes, até a chegada ao Figueirense, última equipe onde trabalhou até o anúncio no Tombense.

Cristóvão Borges elogia Diniz e Dorival Júnior, finalistas da Copa do Brasil

Mesmo com esse período sem estar à beira do gramado, Cristóvão Borges tem acompanhado o futebol brasileiro, sobretudo as discussões que envolvem a profissão e o debate sobre treinadores nacionais e estrangeiros.

De acordo com ele, apesar do trabalho da CBF Academy, que Cristóvão considera bom, a formação de treinadores brasileiros deixou a desejar com relação aos processos que existe em países como Portugal e Argentina.

Porém, Cristóvão considera que isso não significa que os treinadores nascidos no Brasil não tenham capacidade. O profissional elogia Fernando Diniz e Dorival Júnior e afirma que os trabalhos deles à frente dos finalistas da Copa do Brasil demonstram isso.

“Isso é só para confirmar a qualidade deles (Fernando Diniz e Dorival Jr.) e do treinador brasileiro. O Diniz tem a formar de jogar muito interessante, muito criativa. Dorival tem conhecimento de futebol muito grande (…) É só você olhar os títulos conseguidos pelos dois”.

Ex-jogador de clubes como Fluminense, Atlético-MG, Portuguesa, Guarani e de outras equipes do futebol nacional, Cristóvão participou em comissões técnicas como auxiliar, em trabalhos com Bangu, Sport, Vitória, Fluminense, Vasco e seleção brasileira sub-20, antes de se tornar treinador efetivo.

Retorno ao futebol

Cristóvão Borges é a aposta do Tombense para 2026, ano em que o time volta à quarta divisão nacional após o rebaixamento na Série C. O presidente Lane Gaviolle, sócio do empresário Eduardo Uram na Brazil Soccer e no clube, negociou com o treinador e espera uma retomada para o técnico e para a equipe mineira, uma das principais forças do interior mineiro nos últimos anos.

O Tombense de Cristóvão Borges terá três competições pela frente. A equipe disputa o Campeonato Mineiro, onde tenta mais um título do interior (são cinco no total e o status de atual vencedor da taça), a Copa do Brasil e a Série D do Campeonato Brasileiro.

Fonte: ge



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