Nesta quinta-feira (27), o Hospital Itamed, em Foz do Iguaçu (PR), afirmou que é falso o atestado médico apresentado pelo ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques. O documento foi encontrado com ele no momento da prisão, ocorrida no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai.
Silvinei foi detido ao tentar embarcar em um voo internacional com destino a El Salvador. Durante a abordagem, ele portava uma carta relatando suposto diagnóstico de câncer no cérebro, além de uma prescrição médica que indicaria limitações para falar e ouvir e listava medicamentos de uso contínuo.
Segundo a Fundação de Saúde Itaiguapy, responsável pela administração do Hospital Itamed, a prescrição não foi emitida nem validada pela instituição. Em nota, o hospital informou que o documento apresenta informações inconsistentes e não pertence ao seu sistema de atendimento, conforme apuração do Portal UOL.

A unidade também apontou irregularidades no papel timbrado utilizado. O documento trazia a identificação do antigo Hospital Costa Cavalcanti, denominação que deixou de ser utilizada em dezembro de 2024, quando a instituição passou a se chamar Hospital Itamed. Ainda assim, o hospital esclareceu que o modelo do timbre não corresponde a nenhum padrão adotado, nem antes nem depois da mudança de nome.
Outro ponto destacado foi a assinatura médica presente na prescrição. O hospital afirmou que o profissional indicado não possui vínculo com a instituição e nunca integrou seu corpo clínico. Além disso, o número de CRM informado não corresponde a nenhum médico atuante no hospital ou na cidade de Foz do Iguaçu.
De acordo com o Itamed, o nome que consta como signatário do documento não aparece nos registros do Conselho Federal de Medicina. O CRM informado, na verdade, pertence a outro profissional, identificado como Luiz Gustavo Candioto do Prado.
O registro corresponde a um médico nutrólogo que atua em Curitiba. Ele obteve, em 2018, decisão favorável na Justiça do Paraná para prescrever fórmulas manipuladas para emagrecimento, após questionamento de norma da Anvisa. O Superior Tribunal de Justiça manteve a decisão ao não analisar o mérito de recurso apresentado pelo Município de Curitiba.
A instituição afirmou não ter qualquer relação com o caso e declarou ser vítima de possível fraude e uso indevido de sua imagem institucional. O hospital informou ainda que permanece à disposição das autoridades para colaborar com os esclarecimentos necessários.
