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Ibama apresenta programa de conservação de peixes-boi na COP30 — Ibama

by admin

Belém/PA (14/11/2025) – Exemplo de iniciativa em benefício da fauna, o Programa de Conservação de Peixes-Boi na Amazônia foi apresentado durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30. A ação, conduzida pelo Ibama no Pará, integra esforços de instituições públicas, universidades e organizações da sociedade civil para reabilitar animais resgatados, fortalecer ações de manejo e ampliar a proteção dos habitats naturais da espécie.

Servidores do Ibama presentes na COP30

Durante a apresentação, o superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza, destacou que o programa atua em diferentes frentes, desde o resgate de peixes-boi encalhados até a reabilitação e aclimatação dos indivíduos aptos à soltura. São desenvolvidas atividades como campanhas de sensibilização, capacitações em primeiros atendimentos e a translocação dos animais para recintos de readaptação em ambiente natural.

Nos últimos anos, tem sido observado um aumento no número de encalhes, sobretudo de filhotes. “Enquanto em anos anteriores, houve ocorrências pontuais, em 2023 e 2025, foram registrados picos significativos, reflexo da degradação de habitats, dos efeitos das mudanças climáticas e de pressões históricas sobre a espécie”, afirmou Alex.

Dentre as metas do Programa de Conservação de Peixes-Boi na Amazônia, estão o fortalecimento das ações de soltura, o monitoramento dos indivíduos na natureza e a expansão para outros estados da Amazônia. “A ideia é que o programa se estenda, inicialmente, para o Amazonas e o Amapá. E que, em breve, possamos inaugurar mais recintos de aclimatação, a fim de possibilitar a soltura desses animais”, afirmou.

Entre os parceiros que compõem a iniciativa, estão: o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Zoounama e o Instituto Bicho D’Água, além das novas adesões do Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará (GRAESP), do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR-Bio) e da Prefeitura de Soure (PA).

Alex destacou que a atuação em rede e em parceria com organizações não governamentais (ONGs) e com empresas privadas potencializa os resultados do programa. “Felizmente, aqui no Pará, temos parceiros excelentes e de longa data. A presença da iniciativa privada é muito importante, por meio de apoio, doações e recursos que possam ser aportados”, declarou. Um exemplo bem-sucedido dessa atuação conjunta é o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Benevides (PA), inaugurado em outubro, e que conta com a parceria com a ONG Proteção Animal Mundial.

Outra parceria firmada para o sucesso do programa é exigência do Licenciamento Ambiental do Ibama. Por força de condicionante de uma licença para realização atividade de pesquisa sísmica marítima emitida em favor da empresa TGS na região houve a estruturação de um Centro de Reabilitação de Peixes-boi em Castanhal/PA, uma Unidade de Estabilização de Animais Marinhos em Soure/PA e a construção de um recinto de aclimatação pré-soltura de Peixes-boi também em Soure/PA. Esta última instalação foi inaugurada no último dia 3 de novembro.

Sobre o peixe-boi-da-Amazônia

O Trichechus inunguis é um mamífero aquático herbívoro endêmico da bacia amazônica, sendo o menor dos três tipos de peixe-boi existentes. Conhecido como “jardineiro” da Amazônia, controla a proliferação de plantas aquáticas e contribui para a dispersão de sementes entre áreas de várzea e igapós, favorecendo a regeneração dos ecossistemas.

Outra contribuição importante consiste na manutenção da navegabilidade dos cursos d’água. Ao consumir entre 40 e 60 quilos de plantas aquáticas por dia, o que corresponde a cerca de 10% de seu peso, o peixe-boi evita a obstrução natural de canais, permitindo o fluxo hídrico em áreas mais estreitas.

Assessoria de Comunicação Social do Ibama
imprensa@ibama.gov.br
(61) 3316-1015



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