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Ibama intensifica diálogo com produtores e implementa ações de prevenção ao javali na Chapada dos Veadeiros (GO) — Ibama

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Brasília/DF (24/12/2025) – O avanço do javali (Sus scrofa), espécie exótica invasora, é um dos desafios enfrentados em vários estados do país, especialmente em áreas rurais. O Cerrado é uma dessas regiões que sofre com o aumento dessa população, cuja presença representa riscos ambientais e prejuízos diretos à produção agrícola. Introduzido no Brasil na década de 1960 para criação comercial, o javali é considerado uma das cem piores espécies exóticas invasoras do mundo, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Sua agressividade, alta capacidade de adaptação, reprodução acelerada e ausência de predadores naturais favorecem sua expansão, resultando em impactos ambientais e socioeconômicos significativos, sobretudo para pequenos produtores rurais.

Ação do Ibama reforça a integração com produtores rurais para o controle e prevenção do avanço do javali no Cerrado goiano – foto: DBFlo/Ibama

Para enfrentar essa ameaça, o Ibama tem investido em uma estratégia que combina monitoramento técnico, prevenção e diálogo direto com a população que convive diariamente com os danos provocados pela espécie. No final de novembro, equipes do Instituto atuaram no entorno do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), em Goiás, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O objetivo da ação foi ouvir moradores, registrar evidências da presença do javali e compreender a dinâmica da espécie na região. As atividades estão inseridas no Plano de Prevenção à invasão da espécie no PNCV e foram coordenadas pela Superintendência do Ibama em Goiás, com apoio técnico do Serviço de Espécies Exóticas de Fauna (Sefau), da Diretoria de Biodiversidade e Florestas (DBFlo), do Ibama.

Durante as vistorias, os servidores percorreram 28 propriedades rurais em seis municípios goianos: Alto Paraíso, São João da Aliança, Colinas do Sul, Nova Roma, Teresina de Goiás e Cavalcante. Constatou-se que, até o momento, os javalis estão restritos ao centro-sul do município de Alto Paraíso de Goiás, em região contígua ao Parque, onde os moradores relataram danos às lavouras, especialmente as de milho e soja. Além disso, foram relatados danos em estruturas das fazendas (destruição de chiqueiros com porcos domésticos) e impactos às nascentes e em Área de Preservação Permanente (APP).

Embora os registros ainda sejam pontuais na região, o monitoramento deverá ser intensificado, buscando-se controlar os focos de ocorrência ainda em estado inicial. O Ibama avalia que o atual cenário é crucial para evitar que a espécie avance sobre novas áreas. Por isso, o diálogo com os produtores rurais vem sendo tratado como estratégia.

Segundo o analista ambiental Guilherme Destro, da Superintendência do Ibama em Goiás, a proposta é a criação de uma rede de colaboradores que envolverá órgãos públicos, produtores rurais e terceiro setor, visando uma detecção precoce e resposta rápida a qualquer indicativo da presença da espécie na unidade. “O envolvimento com os produtores rurais é de extrema importância, pois eles serão os principais executores das iniciativas conjuntas de controle que evitarão que o problema se agrave em outras propriedades rurais ou atinja o Parque”, destaca Guilherme.

O Ibama e o ICMBio irão fornecer apoio técnico, além de fomentarem o uso de estratégias efetivas de controle nas áreas onde a espécie já foi registrada, contribuindo diretamente para a proteção da biodiversidade local e do setor produtivo da região. O fortalecimento dessa rede deve permitir que as informações coletadas em campo orientem a identificação de rotas de invasão, auxiliem no planejamento das ações de controle e garantam a adoção de medidas preventivas para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.

A experiência obtida nessa região de Goiás abre caminho para ampliar esse modelo de ação a outros estados do país, reforçando a estratégia do governo brasileiro de vigilância constante à fauna exótica invasora e da redução dos seus impactos socioambientais.

Assessoria de Comunicação Social do Ibama
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