Boa Vista (25/11/25) – Para aliar conhecimento técnico e científico com os saberes tradicionais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) promoveu oficinas ambientais sobre mudanças climáticas para comunidades do interior de Roraima. A equipe do Ibama percorreu três áreas de assentamentos e três comunidades das terras indígenas Wai Wai e Raposa Serra do Sol, mobilizando a participação de 180 pessoas.
“O objetivo foi esclarecer para os trabalhadores rurais e indígenas as consequências das mudanças climáticas e estimular ajustes nas práticas agrícolas, a fim de garantir a segurança alimentar, acesso a água potável e redução de perdas econômicas”, destacou a técnica da Equipe de Educação Ambiental do Ibama, Airlene Carvalho.
Durante os encontros, os participantes conheceram o Sistema Agroflorestal (SAF), método de produção que combina árvores com culturas agrícolas e animais em uma mesma área. “Esse é um modelo sustentável que permite recuperar áreas desmatadas ou degradadas sem a necessidade de derrubar a floresta, revitalizando o solo, a água e a biodiversidade, além de gerar renda com a venda de produtos agrícolas e florestais”, explicou o pesquisador Haron Xaud.
- Oficina do Ibama na comunidade Anauá, na TI Wai Wai
As oficinas de educação ambiental abordaram, ainda, as consequências dos incêndios florestais. “É necessário levar informação sobre os tipos de biomas que são sensíveis ao fogo, como a Amazônia, e mostrar aos trabalhadores rurais que é possível substituir o fogo por alternativas sustentáveis e, assim, evitar incêndios e a emissão de gases de efeito estufa”, explicou a técnica ambiental do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Marlene Pinho.
Outro tema tratado foi a destinação das embalagens dos defensivos agrícolas utilizados nas plantações. “É importante informar e sensibilizar sobre os impactos do descarte inadequado desses recipientes, que, além de poluir rios e solo, prejudica a saúde de quem manuseia esse tipo de material perigoso”, alertou Edilene Araújo, representante da empresa Campo Limpo, que ofereceu parceria para a execução da logística reversa, por meio do recolhimento dessas embalagens, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010).
Impactos da mudança de clima
Nas comunidades indígenas, as lideranças afirmam que já sentiram as consequências das mudanças climáticas, como a seca prolongada e a falta de água no período de verão, entre setembro e março. O segundo tuxaua da comunidade Xaary, Enoque Wai Wai, disse que a oficina de educação ambiental do Ibama trouxe o esclarecimento que eles precisavam. “A gente aprendeu como prevenir os incêndios, o que é bom para nossa comunidade, pois é uma forma de fortalecer a nossa terra. Vamos passar esses conhecimentos para os nossos filhos e netos”, anunciou o líder indígena.
Importância da educação ambiental
Essas oficinas foram conduzidas pelas equipes de Educação Ambiental, do Prevfogo e da Divisão de Administração e Finanças (Diafi) da Superintendência do Ibama em Roraima. O evento contou com a parceria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), das secretarias do Meio Ambiente dos municípios de Cantá e Rorainópolis, e da empresa Campo Limpo, que recolhe embalagens de defensivos agrícolas para reciclagem.
A Educação Ambiental do Ibama vai além de conscientizar e sensibilizar a sociedade. “Um dos nossos compromissos é formar cidadãos para que sejam agentes de transformação e promovam práticas sustentáveis de forma compartilhada, incluindo o poder público e o setor privado”, concluiu o chefe da Unidade Técnica do Ibama no Lavrado, Joaquim Parimé.
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