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Ibovespa Fecha em Alta, Mas Ainda Abaixo de 159 Mil Pontos

by admin



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O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (8), com as ações da Petrobras entre os principais suportes, em pregão de ajustes na bolsa paulista, após forte correção negativa na última sessão desencadeada por preocupações com o cenário eleitoral para 2026.

O indicador brasileiro subiu 0,52%, a 158.187,43 pontos, tendo marcado 159.235,36 pontos na máxima e 157.369,36 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$27,16 bilhões.

Na última sexta-feira, o Ibovespa superou os 165 mil pontos pela primeira vez na sua história no melhor momento, mas o clima azedou após anúncio de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi escolhido pelo pai para ser candidato a presidente da República em 2026. No fechamento, o Ibovespa caiu mais de 4%.

No domingo, Flávio afirmou que há possibilidade de não ir até o fim na disputa, mas que sua desistência teria um preço. Nesta segunda-feira, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, disse que sua candidatura é irreversível.

De acordo com o analista Nícolas Merola, da EQI Research, a correção na sexta-feira foi forte, muitas ordens de “stop loss” sendo acionadas, muitos limites de risco batendo. Na sequência, acrescentou, gestores olham suas posições e começam a rebalancear seus portfólios, o que endossou essa recuperação.

Ele ressaltou, contudo, que o episódio da sexta-feira foi “determinante para poder dizer que, agora sim, o cenário eleitoral vai começar a ser muito bem precificado e vai começar a afetar mais drasticamente os preços”.

O estrategista-chefe da XP, Fernando Ferreira, afirmou que a expectativa é de aumento da volatilidade no mercado brasileiro no próximo ano por causa das eleições, que deve ganhar peso na dinâmica do mercado brasileiro em 2026. “Na sexta-feira, tivemos um preâmbulo disso”, acrescentou.

Com a cena política ainda no radar, agentes financeiros também se prepararam para as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil na quarta-feira, com as apostas sinalizando queda da taxa básica de juros norte-americana e estabilidade na Selic.

Dólar

Após a disparada da sessão anterior, o dólar chegou a oscilar abaixo dos R$ 5,40, mas o “risco Flávio Bolsonaro” reduziu o espaço para ajustes e fez a moeda norte-americana fechar com uma baixa leve.

O dólar à vista encerrou a sessão com leve queda de 0,23%, aos R$5,4220. No ano, a divisa acumula perdas de 12,25%.

Às 17h03, o contrato de dólar futuro para janeiro — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,31% na B3, aos R$ 5,4505.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 2,34%, aos R$ 5,4346, após a notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu seu filho Flávio para ser candidato à Presidência.

O avanço foi consequência da avaliação de que, se Flávio for de fato candidato, o favorito do mercado — o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) — estará fora da disputa. Além disso, um cenário sem a candidatura de Tarcísio é visto como favorável à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No domingo, porém, Flávio Bolsonaro disse que há uma possibilidade de não ir até o fim na disputa eleitoral, mas que sua desistência teria um preço. Especula-se que o preço poderia estar relacionado ao interesse da família de buscar a aprovação da anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Neste cenário, o dólar à vista marcou a cotação mínima intradia de R$ 5,3869 (-0,88%) às 10h53, com investidores ajustando posições ante a perspectiva de uma desistência de Flávio Bolsonaro. No entanto, como nenhuma novidade neste sentido surgiu, os investidores seguiram demonstrando cautela com o cenário político.

Às 12h33, o dólar à vista marcou a cotação máxima de R$ 5,4690 (+0,63%), para depois voltar ao território negativo até o fechamento — mas longe de compensar a forte alta de sexta-feira.

“A candidatura do Flávio Bolsonaro adicionou muito ruído”, disse à tarde Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos, em comentário escrito.

“O mercado sentiu, e sentiu muito não porque esse movimento muda fundamentos econômicos, mas porque virou o pretexto perfeito para uma correção que já era esperada depois da sequência intensa de queda do dólar e alta da bolsa. Quando Flávio dá sinais de que pode desistir, o humor melhora”, acrescentou.

No exterior, o dia foi de alta para o dólar ante a maior parte das demais divisas, com os investidores se posicionando antes da decisão sobre juros do Federal Reserve, na quarta-feira. Às 17h12, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,07%, a 99,087.

À tarde o mercado precificava 87,4% de probabilidade de corte de 25 pontos-base de juros pelo Federal Reserve na quarta-feira, contra 12,6% de chance de manutenção na faixa de 3,75% a 4,00%, conforme a Ferramenta CME FedWatch.

No Brasil, a expectativa quase unânime é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha a taxa básica Selic em 15% ao ano na quarta-feira.

O diferencial de juros entre Brasil e EUA tem sido apontado como um dos principais fatores para o dólar ter se mantido em níveis mais baixos nas últimas semanas, entre R$ 5,30 e R$ 5,40.

Na última sexta-feira, porém, a notícia sobre a indicação de Flávio Bolsonaro impulsionou as cotações para além desta faixa.

No fim da manhã, o Banco Central vendeu 50 mil contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de 2 de janeiro.



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