‘Deus da Raça’, Rondinelli falou com exclusividade com reportagem do Coluna do Fla
Por: Pedro Paulo Catonho e Rodrigo Lima
O que têm em comum os gols de Rondinelli na decisão do Carioca em 1978, o tento de Ronaldo Angelim no hexa do Brasileirão em 2009 e o lance de Danilo na final da Libertadores de 2025? Além de escanteio cobrado pelo camisa 10 e cabeceio de zagueiros, as jogadas mudaram três gerações do Flamengo de patamar. Essa é a opinião do ‘Deus da Raça’, em exclusiva para o Coluna do Fla.
Rondinelli
Ronaldo Angelim
DaniloFlamengo e a mística dos gols históricos de cabeça marcados por zagueiros. pic.twitter.com/IGngpVz53b
— Bruno Ourique (@BrunoOurique23) December 1, 2025
Depois do dia 29 de novembro de 2025, Rondinelli recebeu muitas mensagens com as comparações entre os lances. Em 1978, o próprio ‘Deus da Raça’ aproveitou o cruzamento de Zico e mandou para as redes, garantindo o título contra o Vasco. Em 2009, foi a vez de Angelim testar para o fundo das redes após batida de Petkovic, diante do Grêmio. Por fim, Danilo fez a festa da Nação com assistência de Arrascaeta no embate com o Palmeiras, na Libertadores.
O QUE DISSE RONDINELLI?
— A semelhança e a maneira como foi feito o gol do Danilo se assemelha muito ao meu gol, ao gol do Ronaldo Angelim. O principal de tudo foram gols decisivos. Cada situação, os elencos tiveram que provar alguma coisa para a própria geração. Do Arrascaeta, a geração Zico, a geração do Petkovic —, disse Rondinelli, ao Coluna do Fla.
— A ficha caiu depois que eu comecei a receber através do WhatsApp, através do Instagram, e começou a chegar as mensagens. O torcedor é que é o mentor e que fez toda a semelhança de um gol decisivo como esse do Danilo, e é o que nos deixa muito feliz. Logicamente, a gente tem que louvar essa geração Arrascaeta, dirigida pelo Filipe Luís e toda a sua comissão técnica, essa nova administração do Bap, que começa com o pé direito, ganhando Carioca, o tetra da Libertadores e agora o Brasileiro —, acrescentou.
COMO RONDINELLI VIU O TÍTULO DA LIBERTADORES?
O ‘Deus da Raça’ viu a final da Libertadores no último sábado (29) com um grupo de amigos, mas com dois palmeirenses por perto. Rondinelli brincou que houve respeito durante os 90 minutos entre as partes, mas, quando Danilo subiu no terceiro andar para dar o tetra ao Flamengo, o ex-jogador não se segurou.
— Ninguém se conteve na hora do gol e foi maravilhoso, é isso que a gente precisa. Vamos para uma conquista de Mundial, se Deus quiser, para alegrar mais o coração e a mente desses rubros-negros espalhados por esse mundão afora. O grande merecedor é essa Nação. Ela faz por merecer todos esses títulos, essas conquistas, vitórias, e cada vez alavancando mais e atingindo um grupo de torcedores, uma imensidão de torcedores. Em nível de mundo, cada vez mais arrebatando torcedores de todas as classes sociais, já ultrapassando os 50 milhões —, relembrou.
— Cada conquista dessa você pode ter certeza que há muitos que torcem para outras equipes e, vendo o que o Flamengo proporciona, principalmente os jovens, a garotada, eles passam a ter um gosto de ver um título conquistado, coisa que suas equipes não fazem. Eles passam a acreditar que o Flamengo é uma alegria mesmo e querem ser felizes. Flamengo é isso aí, é exatamente essa alegria, essa multidão que nos trazem grandes energias, grandes conquistas e eles fazem por merecer —, provocou Rondinelli.
QUAIS OS CONTEXTOS DOS TRÊS GOLS CITADOS POR RONDINELLI?
Em 1981, o Flamengo conquistou a Libertadores e o Mundial. Porém, para muitos jogadores daquela época, nada teria acontecido se não fosse o gol de Rondinelli na final do Carioca de 1978. Havia a expectativa que, se o Mengão não ganhasse do Vasco a final, nomes daquela geração Zico, Junior, Leandro, Andrade, Adílio e outros poderiam ser dispensados.
Então, aos 41 minutos do segundo tempo, Zico, o maior camisa 10 da história do clube, bateu escanteio. E Rondinelli, assim como Danilo, foi no terceiro andar e explodiu o Maracanã, que recebeu mais de 120 mil pessoas. Desse modo, o grupo não foi desfeito e embalou para títulos em 1979, 1980, 1981, 1982, 1983…
E O GOL DO ANGELIM?
No ano de 2009, o Flamengo vinha de recentes fracassos, como o vice da Copa do Brasil para o Sandro André em 2004 e a traumática eliminação para o América do México em 2008, na Libertadores. Contudo, o jejum de 17 anos sem título do Brasileirão foi quebrado, com escanteio do camisa 10 Petkovic na cabeça do zagueiro Ronaldo Angelim, coroando o time liderado pelo sérvio, Adriano Imperador e Léo Moura.
Por fim, Danilo repetiu o filme de Rondinelli e Ronaldo Angelim ao marcar, de cabeça, após cruzamento do camisa 10 Arrascaeta, o tetra da Copa Libertadores da América em Lima, no Peru. E aí, torcedor, concorda que os lances são parecidos, afinal? Desse modo, deixe a opinião nos comentários.
