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“Libertação da Palestina é justiça climática”: ativista denuncia genocídio na COP 30

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Na quinta-feira (13/11), representantes do Human Rights and Climate Change Working Group (Grupo de Direitos Humanos e Mudança do Clima) se manifestaram na “Blue Zone” da COP 30, em Belém. O ato aconteceu em solidariedade aos ativistas injustamente presos ao redor do mundo, que não podem participar das negociações climáticas. 

Os manifestantes usaram camisetas e estandartes com fotos de sete defensores dos direitos humanos que estão sendo perseguidos. Além das fotografias, faixas continham os slogans “Não há justiça climática sem direitos humanos” e “Libertem todos”. O objetivo era chamar atenção pública para casos de pessoas reais que hoje são silenciadas por leis restritivas, campanhas de difamação, detenções arbitrárias ou ataques (tanto físicos quanto virtuais).

Em entrevista para Fórum, a ativista dos direitos humanos, justiça climática e igualdade de gênero, Zahra Al Hilaly, afirmou que

“A liberdade das pessoas está profundamente ligada à liberdade de nossa pátria, a terra que nos sustenta, nossa resistência. Estamos aqui não apenas para pedir a proteção da terra, mas também para pedir a proteção das pessoas que cuidam da terra. Nos últimos 75 anos, minha casa na Palestina foi completamente bombardeada”.

O movimento defende que são as pessoas que protegem o planeta, principalmente os povos originários e indígenas. Sendo assim, é preciso também proteger as pessoas para que a justiça climática seja possível.

Durante o ato, os ativistas distribuíram panfletos contendo a história das 7 vítimas retratadas nos cartazes. Restrições impostas pela Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas impediu que os manifestantes escrevessem os nomes e países das vítimas nas camisetas.

Conheça a história das vítimas 

Hoda Abdelmoneim é uma advogada de direitos humanos no Egito, presa há mais de sete anos. Ela cumpriu cinco anos de prisão por “terrorismo” e outras acusações infundadas, após ser julgada em março de 2023. Depois, foi colocada em prisão preventiva devido à outro caso, onde permanece detida em condições precárias, sem poder contestar de forma significativa a legalidade de sua detenção.

Ahmed Mansoor é um dos mais conhecidos defensores dos direitos humanos nos Emirados Árabes Unidos. Ele foi detido inúmeras vezes em decorrência de seu trabalho em prol dos direitos humanos. Atualmente, cumpre uma pena de 10 anos de prisão em condições que colocam sua saúde em risco. Na COP28, sediada em Dubai, ativistas exigiram sua libertação e de outros detidos arbitrariamente. Em vez de atender a essas demandas, as autoridades dos anunciaram um novo julgamento no Dia dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, durante o evento internacional.

Hussam Abu Safiya é um médico palestino da Faixa de Gaza ocupada. Ele foi uma das vozes mais proeminentes do setor de saúde devastado de sua região, fornecendo informações sobre a precária situação da saúde no local. Ele foi detido arbitrariamente pelas forças de ocupação israelenses e desapareceu em 27 de dezembro de 2024, juntamente com outros funcionários e pacientes do hospital. Em 25 de março, um tribunal confirmou uma ordem de prisão preventiva de seis meses sem julgamento, durante a qual foi torturado, segundo seu advogado. 

Sleydo’ (Molly Wickham) faz parte da Nação Wet’suet’en no Canadá, que luta contra a construção de um óleoduto que utiliza combustíveis fósseis em seu território ancestral. As ações pacíficas dos defensores da terra foram recebidas com violência, assédio, vigilância ilegal e criminalização por parte das autoridades canadenses. Ela foi condenada a uma curta pena de prisão por suas ações em defesa de sua terra e território.

Debendra Swain é o líder do movimento Anti-POSCO e Anti-Jindal, que luta por direitos fundiários, direitos ambientais e violações sistêmicas contra as comunidades Dalit e Adivasi na Índia, como a transferência ilegal de terras para empresas privadas. Ele, junto à outros líderes comunitários, têm sido alvo de prisões, acusações falsas, ameaças, assédio e detenções arbitrárias. Ele enfrenta 28 acusações falsas e fabricadas, enquanto outros 1.000 membros da comunidade enfrentam 70 acusações semelhantes.

Nargiz Absalamova é uma jovem jornalista do veículo de comunicação independente Abzas Media, no Azerbaijão. No total, pelo menos 25 jornalistas independentes estão presos em seu país. Ela investigou corrupção e poluição causadas por uma mina de ouro em uma aldeia remota. Após ignorar ameaças para interromper as investigações, ela foi presa no final de novembro de 2023. Falsamente acusada de contrabando e lavagem de dinheiro, foi condenada a oito anos de prisão em 20 de junho de 2025.

Dang Dinh Bach é um advogado e ativista ambiental vietnamita que dedicou sua vida a proteger comunidades da poluição nociva, eliminar gradualmente o lixo plástico e a apoiar a transição do seu governo para energias limpas. Três meses depois de liderar um protesto contra a dependência do país de energia a carvão, foi preso e condenado a cinco anos de prisão.

Lino Pereira é representante da Comissão Indígena da Verdade (Tape Rendy Avaete Aty), que defende os direitos do povo indígena Avá Guaraní Paranaense. Seu território, que se estende por ambas as margens do rio Paraná (Brasil e Paraguai), foi prejudicado pela usina hidrelétrica de Itaipu. Desde então, ele tem sido ameaçado e perseguido por suas reivindicações por justiça para seu povo.

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