Divulgação / MMulheres
O WhatsApp do Ligue 180 é o número (61) 99610-0180, que funciona 24 horas por dia, todos os dias
Criado no primeiro Governo Lula, em 2005, aperfeiçoado no Governo Dilma (2014) e novamente no Lula 3, o Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher – funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, há 20 anos. Oferece escuta comprometida, orientação e encaminhamento à rede de proteção, além de produzir dados essenciais para a formulação e o aprimoramento das políticas públicas de acolhimento às mulheres.
Dados do Ministério das Mulheres, divulgados pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência, mostram que entre janeiro e outubro de 2025 foram realizados 877.197 atendimentos, uma média de 2.895 por dia. Do total, foram 719.968 chamadas por telefone, 26.378 atendimentos por WhatsApp, 130.827 por e-mail, além de 24 videochamadas (Libras). No período, o Ligue 180 registrou 126.455 denúncias de violência contra mulheres. Em 66% dos casos, a denúncia foi feita pela própria vítima, 21% de forma anônima e 13% por terceiros.
Em 2024, o Ligue 180 registrou uma média de 2.051 atendimentos por dia, com 750.687 chamadas, contabilizando telefonia, WhatsApp, e-mail, entre outros tipos de canais. Ainda em 2024, o canal Ligue 180 atendeu 691.455 ligações oriundas de todo o território nacional, o que representa um aumento de 21,6% em relação a 2023. O número de atendimentos pelo WhatsApp, lançado em abril de 2023, também ampliou, passando de 6.689 em 2023 (743/mês) para 14.572 em 2024 (1214/mês) — um salto de 63,4%.
Segundo a coordenadora-geral da Ligue 180, Ellen dos Santos Costa, a Central vai muito além de um canal de denúncias. “O Ligue 180 ocupa um lugar absolutamente estratégico dentro da política nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres, porque muitas vezes é a principal porta de entrada do Estado para que essas mulheres consigam romper com o ciclo da violência”, afirma.
Ela destaca que o serviço garante acolhimento e informação em um momento decisivo. “Ao funcionar 24 horas por dia, de forma gratuita e acessível, o Ligue 180 garante que nenhuma mulher fique sozinha no momento em que decidir pedir ajuda. E essa decisão, por si só, já representa um passo importante no rompimento do ciclo da violência.”
Atendimento humanizado e atuação em rede
A força do Ligue 180 está diretamente ligada à sua articulação com a rede de proteção, que envolve delegacias, Ministério Público, Defensorias Públicas e secretarias estaduais e municipais de políticas para as mulheres.
“Nosso objetivo é garantir que a mulher não receba apenas uma orientação genérica, mas informações concretas sobre onde buscar ajuda no seu território, fortalecendo a responsabilização do poder público”, explica Ellen.
Nos últimos anos, o serviço passou por avanços importantes, como a ampliação dos canais de atendimento, com destaque para o WhatsApp, que permite uma comunicação mais segura e o envio de áudios, fotos e vídeos, qualificando-se como denúncias. Também houve investimentos consistentes na formação continuada dos atendentes, com foco na escuta sem julgamentos, no atendimento humanizado e na abordagem interseccional.
Esse aprimoramento se reflete no perfil das denúncias. Além da violência doméstica e familiar, crescem os registros de violência psicológica, virtual e institucional, o que indica maior compreensão da sociedade sobre as múltiplas formas de violência de gênero e a ampliação do acesso ao serviço por mulheres antes invisibilizadas, especialmente em territórios distantes dos grandes centros urbanos.
Cuidar de quem cuida
Por trás da escuta oferecida às mulheres, há profissionais que lidam diariamente com relatos marcados por dor, medo e sofrimento. Para garantir a qualidade do atendimento e preservar a saúde mental desses trabalhadores, o Ministério das Mulheres implementou, no âmbito da Ligue 180, uma política estruturada de cuidado com os atendentes.
A coordenadora da equipe de psicologia da Ligue 180, Fabiana Emir da Silva, explica que o acompanhamento psicológico é contínuo e faz parte da rotina do serviço. “Aqui no Ligue 180, a assistência aos atendentes inclui um cuidado estruturado e contínuo, com apoio psicológico individual e semanal. Esse espaço permite que os profissionais elaborem as experiências decorrentes das escutas e fortaleçam seus recursos internos”, afirma.
Segundo Fabiana, o impacto emocional do contato permanente com narrativas de violência é uma realidade do trabalho. “O maior desafio é no contato frequente com relatos que atravessam a escuta e mobilizam aspectos humanos. Não se trata de neutralizar esse impacto, mas de reconhecê-lo como parte do trabalho e lidar com ele de forma técnica e profissional.”
O acompanhamento psicológico, aliado a capacitações, protocolos claros e monitoramento constante, permite que os participantes organizem afetos, reflitam sobre os limites de atuação e desenvolvam estratégias de regulação emocional. “Esse cuidado é fundamental para que elas sigam competitivamente com equilíbrio, responsabilidade e compromisso com a missão da Ligue 180”, completa.
Serviço para todas as mulheres
O Ligue 180 está preparado para atender mulheres em toda a sua diversidade: negras, indígenas, mulheres com deficiência, idosas, mulheres LBT, brasileiras no exterior e moradoras de áreas urbanas e rurais. O compromisso, segundo Ellen, é garantir que nenhuma mulher seja revitimizada ao buscar ajuda.
“Nosso compromisso é garantir que todos sejam atendidos com respeito, dignidade e sensibilidade.” Ela reforça que o Ligue 180 não realiza atendimento psicológico direto às mulheres, mas oferece escuta comprometida, acolhimento e orientação, encaminhando os casos para os serviços de saúde e assistência social da rede. Ainda assim, mesmo atendimentos breves podem ser decisivos.
“Muitas mulheres se ligam apenas para entender se o que vive é violência. Esse primeiro contato pode organizar o pensamento, identificar riscos e abrir caminhos possíveis dentro da rede de proteção.”
Por fim, a coordenadora-geral destaca que qualquer pessoa pode acionar o serviço para denunciar situações de violência e que a Ligue 180 funciona inclusive aos fins de semana e feriados. Em casos de urgência, a orientação é acionar imediatamente a Polícia Militar pelo 190.
“O Ligue 180 é um instrumento central para a prevenção da violência, a proteção das vítimas e o fortalecimento das políticas públicas em todo o Brasil”, conclui Ellen.
Da Redação do Elas por Elas, com informações do Ministério das Mulheres e Secom
