No último dia 9 (terça-feira), a BYD inaugurou oficialmente a estrutura completa da sua primeira fábrica no Brasil, no município de Camaçari (Região Metropolitana de Salvador), na Bahia.
A planta, que entrou em operação em julho de 2025, com capacidade inicial de 150 mil veículos por ano, com previsão de expansão para 300 mil até o final de 2026, anunciou que pode alcançar sua capacidade total de até 600 mil veículos anuais, o dobro do inicialmente previsto.
A nova fábrica faz parte do maior complexo industrial instalado da BYD fora da China, e deve produzir elétricos e híbridos flex desenvolvidos para o mercado brasileiro, com modelos como o Dolphin Mini (BEV) e os híbridos Song Pro e King.
Estima-se que a nova fábrica possa gerar contratações de até 20 mil trabalhadores, diretos e indiretos, no longo prazo, segundo o projeto da fabricante.
Até então, a fábrica está na fase de produção limitada, com kits semi-acabados, mas prevê estar totalmente funcional até o fim de 2026.
O objetivo é transformar Camaçari, conhecido como “cidade industrial” da Bahia (por abrigar o polo industrial de Camaçari), em um hub de exportações da BYD para o resto da América Latina. É a maior planta da fabricante fora da China.
Em 2024, houve investigações acerca de ocorrências de trabalhadores em condições descritas como análogas à escravidão no canteiro de obras da BYD. O episódio, que gerou repercussões políticas e públicas, levou à rescisão do contrato da fabricante chinesa com o empreiteiro responsável pela instalação da unidade fabril. Em dezembro daquele ano, uma operação liderada por autoridades brasileiras resgatou 163 indivíduos chineses de condições de trabalho precárias no canteiro de obras.
Em comunicado público, um porta-voz da BYD na China negou qualquer irregularidade com a planta e afirmou, em uma publicação na rede social chinesa Weibo, que as acusações tinham como objetivo difamar marcas chinesas a pedido de forças estrangeiras.
Em comunicado da sede da marca no Brasil, a montadora afirmou que não toleraria desrespeitos à legislação brasileira e à dignidade humana.
Líder global em vendas de eletrificados, a BYD somou mais de três milhões de unidades vendidas em 2023, um crescimento de cerca de 61,9% em relação ao ano anterior, e se tornou a maior fabricante mundial de elétricos e híbridos em termos de vendas.
A empresa exportou mais de 240 mil veículos em 2023 para mais de 70 países e territórios, consolidando presença global, inclusive na Europa e América Latina, com 25% de participação no mercado global de veículos de nova energia (NEVs), categoria que inclui elétricos e híbridos plug-in, e superou a Tesla em receita em 2024.
Desde sua chegada ao Brasil, em 2022, a fabricante tem alcançado números expressivos: até outubro deste ano, foram mais de 172 mil da BYD eletrificados vendidos no país, que ocupou a 7ª posição no ranking geral de vendas de veículos de passeio.
O Brasil se tornou um dos mercados internacionais mais importantes da BYD, com 20% das exportações globais da fabricante destinadas ao país.
Há, atualmente, uma única unidade produtiva para a montagem de elétricos da empresa no Brasil: a inaugurada em Camaçari, a primeira fábrica de automóveis da BYD fora da China.
Além dela, há outras operações industriais da fabricante no Brasil no segmento de baterias (alocada no polo industrial de Manaus, no Amazonas) e de montagem de ônibus elétricos, em Campinas (SP), dedicada ao setor de transporte coletivo e à montagem de chassis de ônibus eletrificados.
Em maio de 2025, a empresa já contava com mais de 180 concessionárias espalhadas pelo Brasil, com presença em todas as capitais e nos principais centros urbanos do país. A meta anunciada pela empresa era expandir essa rede para aproximadamente 240 concessionárias até o fim de 2025.
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