Maja Ognjenovic atendeu pacientemente dezenas de torcedores ao fim da primeira partida do Scandicci no Campeonato Mundial feminino de clubes, em São Paulo, nesta terça-feira (9/12). Uma das melhores da posição em todos os tempos, a levantadora sérvia de 41 anos tirou selfies, deu autógrafos, ganhou presentes e saiu com um sorrisão no rosto do Ginásio do Pacaembu.
No caminho para o vestiário, ela atendeu o Web Vôlei e falou sobre vários temas. Nesta entrevista exclusiva, Maja exaltou a relação histórica com os fãs brasileiros, confirmou que pretende estender sua carreira por pelo menos mais uma temporada e rasgou elogios para Carolana.
A jogadora carrega um dos currículos mais vitoriosos do vôlei mundial. Nascida em Zrenjanin, em 6 de agosto de 1984, estreou profissionalmente em 2002/2003, no Postar, antes de despontar no Estrela Vermelha, onde conquistou seu primeiro título nacional. Em seguida, colecionou troféus no Metal Galați, da Romênia, e abriu seu capítulo italiano no Jesi, com a conquista da Copa Challenge em 2009.
Passou por potências como Eczacibasi, Olympiakos, Modena, Piacenza e Vakifbank, além de experiências na Polônia e na Rússia, antes de chegar ao Scandicci. Pela seleção sérvia, disputou cinco Olimpíadas, incluindo a prata nos Jogos Rio-2016 e o bronze em Tóquio-2021, além de ser campeã mundial e europeia.
A relação com os fãs brasileiros
Desde a primeira vez que vim ao Brasil, em 2007, para um torneio, acho que o Grand Prix, e depois em 2016, nas Olimpíadas do Rio, eu percebi que os brasileiros realmente amam vôlei acima de tudo. Eles acompanham a modalidade de verdade. E, claro, foi um prazer descobrir que eu tinha muitos fãs aqui e também amigos. Com alguns eu mantenho contato até hoje. Acho que a mentalidade de sérvios e brasileiros é muito parecida, então sentimos uma conexão natural.
Motivação para seguir jogando aos 41 anos
Com certeza. É até um dos motivos pelos quais eu luto tanto agora, porque sei que o fim da minha carreira está chegando. Quando vejo como os fãs e as pessoas do vôlei me admiram, me respeitam e demonstram carinho, isso realmente me faz pensar duas vezes antes de parar. Eu amo jogar. É maravilhoso e, ao mesmo tempo, um pouco triste pensar que um dia vai acabar, pois estou mais perto do fim. Não sei como vou lidar com isso, mas saber que tantas pessoas gostam de mim é muito especial.
Pós-carreira e futuro próximo
Eu penso, sim, mas não quero colocar pressão sobre mim mesma. Ainda estou aproveitando muito. Talvez eu não esteja no meu melhor nível de todos os tempos, mas faço tudo aquilo que sei que posso fazer em quadra. Fisicamente e mentalmente me sinto ótima, e isso é o mais importante. Graças a Deus, tenho as duas coisas. Então acredito que vou jogar mais uma temporada. Quero me dar essa segurança, até porque ainda temos metade do ano. Estou realmente curtindo. O vôlei é a maior parte de quem eu sou.
Temporadas ao lado de Carol na Itália
Já joguei com muitas atletas, mas a Carol foi realmente especial. Jogamos duas temporadas juntas e fomos companheiras de quarto. Conversávamos muito, e ela foi a única pessoa no time para quem eu conseguia contar tudo, o que eu sentia, como eu estava. A amizade foi incrível: ela sempre me escutava, sempre paciente, sempre disposta a ajudar. Uma pessoa maravilhosa. Não sou alguém que cria amizade profunda em dois ou três meses, mas com a Carol foi desde o primeiro dia. Havia uma energia muito forte entre nós. Fora da quadra, foi especial. E dentro da quadra, eu nunca conheci alguém com o nível de energia e positividade que ela tem. Foi realmente incrível jogar ao lado dela.
