Dez anos depois da marcha que levou para a capital federal 100 mil mulheres e representou um marco histórico e político na luta por justiça racial e de gênero, a Marcha das Mulheres Negras pretende levar 1 milhão de brasileiras e latino-americanas às ruas de Brasília na próxima terça-feira (25) “por memória, reparação e bem viver”.
“Quando se fala de bem-viver, falamos de vida com dignidade; falamos de direitos para toda a sociedade, sem exceção”, afirmou Iyálorisà Adriana t’Omolú, integrante do Comitê Impulsor Nacional da Marcha, em nota, sobre o tema da marca deste anos.
Ela explica que o bem-viver, pressupõe reparação, cuidado e compromisso com todos os seres viventes. Bem-viver é garantia de educação, cultura, lazer, moradia, segurança, saúde, democracia e justiça climática, que impactam a sociedade como um todo.
Como legado do evento de 2015, a organização destaca a elucidação sobre ações antidemocráticas e o fascismo, o fortalecimento do debate sobre democracia participativa no país, o aumento da presença das mulheres negras brasileiras nos espaços globais de incidência política, além da ampliação do próprio movimento.
A caminhada sairá do Museu Nacional, em direção ao Congresso Nacional, com concentração a partir das 8h30.
Marielle Franco
Com uma agenda robusta de ações que reafirmam o legado político de Marielle, fortalecem o movimento de mulheres negras, a rede de familiares de vítimas da violência de Estado e colocam as experiências das mulheres negras no centro do debate público, o Instituto Marielle Franco (IMF) participa da Semana por Reparação e II Marcha Nacional das Mulheres Negras, em Brasília.
No marco da Semana por Reparação e Bem Viver das Mulheres Negras, que antecede a Marcha, o Instituto promove o lançamento do livro “Rosa das Resistencia”, realiza o 3º Encontro da Bancada Marielle – que reúne mais de 70 parlamentares eleitas que se comprometem com o legado político de Marielle – apresenta o Manifesto da Rede de Sementes.
No dia 25 de novembro, participa da Sessão Solene na Câmara dos Deputados em homenagem as mulheres negras com fala de Luyara Franco, diretora executiva e filha de Marielle e conduz, uma grande ativação pública na Marcha: o Memorial Vivo – As Rosas da Resistência Nascem do Asfalto, com a Bike de Memórias.
“Voltamos à Brasília dez anos depois para afirmar que a memória de Marielle segue viva, coletiva e em movimento. O que construímos aqui — com as mães, com as parlamentares negras, com as sementes da resistência — é mais do que um conjunto de ações: é uma estratégia política de futuro. Marielle é parte dessa marcha, e cada mulher negra que pisa nas ruas diz ao Brasil que não aceitaremos o apagamento, nem a violência, nem o esquecimento”, afirma Luyara Franco, diretora do Instituto e filha de Marielle.
Lançamento do livro “Rosa das Resistência”
Abrindo o calendário de ações da Semana por Reparação e Bem Viver das Mulheres Negras, que antecede a II Marcha Nacional das Mulheres Negras, no dia 22 de novembro, as 17h, na Casa Comum, em Brasília, o Instituto Marielle Franco lança o livro Rosa das Resistências: trajetórias e aprendizados de mulheres negras não eleitas.
A obra, fruto de uma parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, reúne a força política, a memória e as trajetórias de dez mulheres negras que disputaram as eleições de 2024 e seguem atuando na transformação social, mesmo sem ocuparem cargos eletivos. O livro nasce da pesquisa qualitativa realizada no âmbito do projeto “Fundo de Respiro”, uma iniciativa voltada para o cuidado e o fortalecimento pós-eleitoral de mulheres negras signatárias da Agenda Marielle Franco e que foram vítimas da violência política.
Encontro da Bancada Marielle Franco
Como parte do calendário, o Instituto Marielle Franco também realiza o 3º Encontro da Bancada Marielle Franco, no dia 24, na Embaixada Francesa em Brasília. O evento vai reunir parlamentares negras brasileiras e latino-americanas, além de assessorias, para debater estratégias conjuntas em defesa da democracia, da justiça racial e de uma política de esperança.
O Encontro consolida a atuação do Instituto na articulação e fortalecimento da Bancada, rede de mulheres negras comprometidas com o legado político e ético de Marielle.
“A Bancada Marielle Franco é a prova de que o projeto político negro, popular e feminista segue se ampliando. Ao reunir mandatas negras do Brasil e da América Latina, afirmamos que a defesa da democracia passa pela nossa presença nas instituições, pelas nossas agendas e pela nossa memória”, reforça Luyara.
Sessão Solene em Homenagem à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver na Câmara dos Deputados
No dia 25 de novembro, dia em que acontece a Marcha, de 9h às 12h30, o Congresso Nacional se abrirá para ouvir as vozes das mulheres negras do Brasil. A Sessão Solene em homenagem à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver é mais do que uma cerimônia: é um ato de memória, presença e futuro.
Estarão presentes representantes de organizações da sociedade civil de todo o país que atuam na pauta gênero e raça, além de parlamentares e autoridades. Luyara Franco será uma das palestrantes da segunda mesa, falando sobre memória e legado de Marielle e de tantas outras mulheres negras.
Estaremos em Brasília afirmando o que o país precisa reconhecer: o Brasil só será inteiro quando todas nós formos ouvidas.
Manifesto Rede de Sementes
Também em 25 de novembro, durante a II Marcha Nacional das Mulheres Negras, a Rede de Sementes, do Instituto Marielle Franco, composta por ativistas, lideranças e coletivos que atuam em prol dos direitos humanos e justiça social levando o legado de Marielle adiante, lança seu Manifesto Nacional, documento político e poético que reúne diagnósticos, vozes, memórias e reivindicações de mulheres negras de todas as regiões do Brasil.
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar
