Depois que venceu a 11ª edição do BBB, Maria Melilo ela recebeu o diagnóstico de um câncer no fígado. Hoje, ela está completamente recuperada e curada, mas já desabafou sobre o quadro.
“Foi bem naquele momento do auge, trabalhando, fazendo mil coisas. Foi um susto, porque câncer é um câncer. E, como era um tipo raro, fiquei um ano em acompanhamento com meu médico oncologista, vendo como seria feito o tratamento […] “Graças a Deus, estou curada. Foi um momento de aprendizado. Tirei 70% do fígado, mas logo depois de uns dois meses já estava regenerado, porque é o único órgão que se regenera”, disse em entrevista ao Sensacional da RedeTV!.
Opinião do médico oncologista
Para entender mais sobre o assunto, a CARAS Brasil, entrevista o Dr. Jorge Abissamra, médico oncologista e especialista em Oncologia Clínica pelo Instituto de Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho.
“Quando falamos em câncer no fígado, estamos nos referindo principalmente ao carcinoma hepatocelular, que é o tumor primário do fígado, ou seja, que se origina nas próprias células do órgão”, declara.
O oncologista aponta que é importante diferenciar do câncer que ‘vai para o fígado’, que são as metástases hepáticas, bem mais comuns e originadas de outros tumores, como intestino, mama ou pulmão.
Quais os sinais?
No início, muitas vezes não há sintomas. Quando aparecem, os mais comuns são:
- Dor ou desconforto no lado direito do abdome;
- Perda de peso sem causa aparente;
- Cansaço excessivo;
- Perda de apetite;
- Aumento do abdome;
- Icterícia (pele e olhos amarelados), em fases mais avançadas
“Justamente por começar de forma silenciosa, o diagnóstico costuma ser tardio em muitos casos”, afirma o médico especialista.
Dados que chamam a atenção
Estima-se que 1,4 milhão de pessoas sejam diagnosticadas devido ao câncer de fígado até 2040. A análise prevê que por ano haja um aumento de 500 mil casos ou óbitos. A revelação é um estudo, publicado em Lyon, França, pela Agência Internacional da Pesquisa do Câncer, Iarc.
A instituição faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Dr. Jorge Abissamra reforça a importância do diagnóstico precoce para o tratamento mais eficaz.
“O diagnóstico pode ser difícil porque, nas fases iniciais, o câncer pode ser pequeno e não causar sintomas. Em pacientes de risco (como cirróticos), a vigilância com ultrassom e exames de sangue periódicos é fundamental. Muitas vezes o diagnóstico depende de exames de imagem mais avançados, como tomografia ou ressonância, e nem sempre é necessário biópsia”, diz.
Câncer raro?
O Dr. Jorge Abissamra exlpica que o câncer primário do fígado é menos comum na população geral, especialmente em pessoas sem doença hepática prévia.
Ele costuma surgir, na maioria das vezes, em fígados já doentes, como em pacientes com cirrose, hepatite B ou C crônicas, consumo excessivo de álcool ou doença hepática gordurosa avançada.
Saiba mais sobre o tratamento
O tratamento depende de vários fatores: estágio do tumor, condição do fígado e estado geral do paciente. As principais opções incluem:
- “Cirurgia para retirada do tumor, quando possível”;
- “Transplante de fígado, em casos selecionados”;
- “Tratamentos locais, como ablação ou embolização”;
- “Tratamento sistêmico com medicamentos, incluindo terapias-alvo e imunoterapia, nos casos mais avançados”, finaliza ao analisar casos como da ex-BBB.
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