Mestre em Educação, professor de Sociologia Raimundo Nonato Chocolate faz levantamento histórico para entender como o governador constrói o próprio patrimônio político
PARA ENTENDER A LÓGICA. Ao lado de Camarão, Professor Chocolate estuda sociologicamente os movimentos políticos atuais
Militante histórico do PT maranhense, mestre em Educação e professor de Sociologia do Colégio Universitário do Maranhão, Raimundo Nonato Chocolate expôs nesta segunda-feira, 24, em artigo postado em suas redes sociais e distribuído a setores da imprensa digital, as contradições vividas pelo governador Carlos Brandão (sem partido) na construção do seu legado político no Maranhão.
“É nesse cenário que surge a questão provocativa que levanto aqui neste artigo: estaria o governador Carlos Brandão empenhado em constituir seu próprio patrimônio político-familiar, reproduzindo práticas históricas das elites às quais ele próprio se opôs como parte do bloco de renovação?”, questiona Chocolate, ressaltando a chegada do governador ao poder, em 2014, como vice do então candidato Flávio Dino. (Leia aqui a íntegra do artigo)
- é preciso deixar claro neste ponto: como petista, Nonato Chocolate pertence à ala que defende a candidatura do vice-governador Felipe Camarão;
- a partir do seu ponto de vista, ele vê no movimento contra a candidatura de Camarão uma contradição à lógica da própria chapa Dino/Brandão.
Para traçar o perfil do atual momento político, o educador faz um resgate histórico da política maranhense, revivendo o sarneysismo, que sobreviveu por décadas reproduzindo os mecanismos de perpetuação política: o patrimonialismo, o clientelismo, a personalização do poder e a sobreposição entre esferas pública e privada.
“A erosão desse arranjo não se deu por acaso, mas pela fissura provocada por um dos principais quadros do próprio grupo: José Reinaldo Tavares, cuja ruptura expôs contradições internas da elite tradicional. Sua dissidência não foi apenas um ato individual, mas um fenômeno sociologicamente compreensível no interior das lógicas das oligarquias: quando o capital político interno já não se converte em ascensão dentro da estrutura, os agentes tendem a reorganizar-se e formar seus próprios polos de poder”, lembra Raimundo Nonato Chocolate.
- foi a partir desta erosão, destaca ele, que surgiram o hoje ministro do STF Flávio Dino e o próprio Brandão;
- cada qual trilhando trajetórias distintas na luta pelo monopólio da representação legítima do poder no Estado.
Chocolate encerra seu artigo com uma pergunta dupla de resposta única: “Brandão está reproduzindo as formas históricas de sucessão política — ou com ousadia está simplesmente respondendo às lógicas de governabilidade que o sistema impõe?”.
As respostas encerrariam, no entender do professor, a explicação do atual momento político maranhense.
Simples assim…
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