Neste domingo (14), o Ministério de Minas e Energia emitiu uma nota afirmando que a concessionária Enel, responsável pelo fornecimento de energia elétrica para a cidade de São Paulo e de 23 cidades da região metropolitana, poderá perder a concessão caso não cumpra integralmente os índices de qualidade e as obrigações contratuais no estado de São Paulo.
Para coordenar a atuação do poder público, o ministro Alexandre Silveira informou que agendará uma reunião com o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB),nos próximos dias.
A cidade de São Paulo e a região metropolitana foram atingidas por ventos fortes na última quarta-feira (10) o que deixou 2,2 milhões de pessoas sem energia elétrica. O retorno da energia está sendo finalizado somente cinco dias depois, neste domingo (14).
Ainda segundo a nota do ministério, o posicionamento atende a uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que é preciso adotar “rigor absoluto na fiscalização e na garantia da qualidade dos serviços de distribuição de energia elétrica”.
O texto diz ainda que o “governo do Brasil não tolerará falhas reiteradas, interrupções prolongadas ou qualquer desrespeito à população, especialmente em um serviço essencial como o fornecimento de energia elétrica”.
Sem luz
Na noite de sexta-feira (12), uma decisão judicial determinou o estabelecimento total do fornecimento de energia em até 12h. No entanto, na manhã de sábado (13), 500 mil residências continuavam sem luz. Já na tarde deste domingo, cinco mil ainda aguardavam o retorno da energia elétrica. De acordo com o mapa do fornecimento de energia da própria Enel, a empresa atende 3,1 milhões de clientes em 24 cidades, incluindo a capital.
Uma das medidas para evitar a queda de energia para tantas residências é a poda de árvores, serviço que deve ser realizado pela prefeitura. Um levantamento, realizado de forma exclusiva pelo Brasil de Fato, mostrou que 75% dos chamados abertos para poda de árvores por moradores do distrito de Itaquera, no extremo leste da cidade, não foram atendidos pela prefeitura.
Outra reportagem do Brasil de Fato mostrou o prejuízo causado a moradores do Bixiga que deixaram de abrir bares e restaurantes por três dias por conta da falta de energia, o que motivou protestos no bairro. “Cadê a Enel? Cadê a Enel?”, cobraram. Desde 2018, a Enel é responsável pelo fornecimento de energia elétrica no bairro da região central de São Paulo.
