O Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi palco, na tarde desta quinta-feira, 06, de uma cerimônia comovente em homenagem aos policiais mortos durante a megaoperação deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha, no último dia 28. A missa de sétimo dia reuniu familiares, amigos e colegas de farda dos quatro agentes que perderam a vida, além de representantes de diversas instituições públicas.
Entre os presentes estavam o governador Cláudio Castro (PL), autoridades políticas, delegados, bombeiros e membros das polícias Civil e Militar. O evento, marcado por emoção e silêncio respeitoso, buscou não apenas prestar as últimas homenagens, mas também reforçar a solidariedade e o reconhecimento àqueles que se arriscam diariamente para garantir a segurança da população.
Durante a celebração, orações e mensagens de apoio foram dedicadas às famílias dos policiais mortos, bem como aos colegas feridos nos confrontos. O clima era de consternação e unidade entre os membros das forças de segurança. Segundo o governo estadual, a missa teve como objetivo celebrar a memória dos agentes e confortar as famílias que ainda enfrentam o luto.
No total, quatro policiais — dois civis e dois militares — foram atingidos e morreram durante os confrontos. Além deles, conforme informações apuradas pela coluna, 14 agentes e militares seguem internados em hospitais da capital fluminense, alguns em estado grave.
Os policiais mortos foram identificados como:
• Marcus Vinicius Cardoso Carvalho, 51 anos, conhecido como Máskara.
• Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos.
• Cleiton Serafim Gonçalves, 42 anos.
• Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos.
Marcus Vinicius, o “Máskara”, era chefe da 53ª Delegacia de Polícia (Mesquita) e considerado uma referência dentro da corporação. Com mais de duas décadas de carreira, era admirado por colegas pela liderança e comprometimento com o trabalho. Um dia antes da operação, Marcus havia sido promovido ao cargo máximo de investigador da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), coroando uma trajetória marcada por dedicação.
Rodrigo Velloso, por outro lado, vivia o entusiasmo de quem acabava de realizar um sonho. Aos 34 anos, havia ingressado na PCERJ há cerca de 40 dias e estava em início de carreira. O jovem agente foi morto com um tiro de fuzil na cabeça durante os confrontos, deixando familiares e amigos inconsoláveis.
Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca, ambos da Polícia Militar, também foram lembrados durante a missa. Companheiros de batalhão, eles participavam da operação como parte das equipes táticas mobilizadas para conter a ação de criminosos na região. Suas famílias foram recebidas com aplausos e homenagens no teatro.
Durante a cerimônia, foram exibidos vídeos e fotos dos agentes, acompanhados por músicas religiosas e momentos de oração. Ao final, familiares foram convidados ao palco para receber flores e ouvir palavras de conforto dos líderes religiosos e das autoridades presentes.
O governador Cláudio Castro destacou o sacrifício dos policiais e ressaltou a importância do reconhecimento público aos profissionais da segurança. “Esses homens deram suas vidas em defesa da sociedade. O mínimo que podemos fazer é honrar suas memórias e apoiar suas famílias neste momento tão difícil”, afirmou.
Além da homenagem, representantes da Polícia Civil e da Polícia Militar reafirmaram o compromisso de continuar atuando de forma integrada contra o crime organizado. Para eles, a missa simbolizou não apenas o luto, mas também a união das forças de segurança diante de um dos episódios mais trágicos do ano no estado.
O evento terminou com aplausos e gritos de “presente!”, tradicional saudação militar usada para lembrar colegas que morreram em serviço. No saguão do Theatro Municipal, coroas de flores foram depositadas em homenagem às vítimas, enquanto familiares se abraçavam e trocavam mensagens de força.
Veja:
Leia também: Funcionária de Virginia Fonseca é espancada em shopping; vídeo
- megaoperação rio de janeiro
