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Morre Haroldo Costa aos 95 anos

by admin

Ator, diretor e comentarista de Carnaval, salgueirense construiu carreira no teatro e na TV e contribuiu para a memória da cultura afro-brasileira

Haroldo Costa, ator, diretor e comentarista do Carnaval, morreu no sábado (13.dez.2025), aos 95 anos, no Rio de Janeiro. A morte foi confirmada nas redes sociais por sua família.

“A família do Haroldo Costa vem informar a todos o seu falecimento na data de hoje. Em breve, iremos dar as informações sobre velório e sepultamento”, dizia a mensagem.

Nascido no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1930, filho de um alfaiate e de uma dona de casa, Haroldo Costa foi um artista multifacetado.

Como ator, fez parte do elenco do TEN (Teatro Experimental do Negro), fundado por Abdias Nascimento em 1944, e construiu uma carreira no cinema e na televisão.

O início do trabalho em televisão ocorreu em 1950, nos teleteatros da antiga TV Tupi. Atuou também como jornalista no Última Hora e no jornal do Partido Comunista. Teve passagens também pelas TVs Rio e Excelsior, onde começou a ter contato com a cobertura do Carnaval carioca.

Em 1965, estreou na TV Globo como diretor de musicais exibidos no programa “Musicalíssima”. Também dirigiu programas de Dercy Gonçalves e atuou em novelas como “A Moreninha”, baseada no romance de Joaquim Manuel de Macedo, e nos sucessos “Pantanal” (1990), da TV Manchete, e na minissérie “Chiquinha Gonzaga” (1999), da TV Globo.

Chegou a fazer parte do corpo de jurados da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), mas deixou a função em 1963 quando se tornou torcedor da Acadêmicos do Salgueiro, sua escola do coração.

“Nos despedimos de Haroldo Costa, um dos pilares vivos da história do Salgueiro, um salgueirense de alma inteira, daqueles que não apenas passaram pela nossa escola, mas ajudaram a construí-la, registrá-la e eternizá-la”, escreveu a escola de samba em sua homenagem a Costa.

Em suas redes sociais, a Salgueiro acrescentou: “Haroldo foi muito mais do que um intelectual. Foi memória viva, foi guardião da nossa história, foi voz firme na defesa do samba, do Carnaval e da cultura afro-brasileira. Um homem que entendeu cedo que o samba não podia ser apenas vivido. Precisava ser preservado, estudado, contado e respeitado”.

Haroldo teve uma carreira consolidada de comentarista de Carnaval e era jurado do Estandarte de Ouro, tradicional prêmio carnavalesco do jornal O Globo. Escreveu diversos livros dedicados ao Carnaval, ao samba e à cultura afro-brasileira como Fala Crioulo: “O que é ser negro” (1982), “Salgueiro: Academia de samba” (1984), “Salgueiro – 50 anos de glória” (2003) e “Arte e cultura afro-brasileiras” (2014).



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