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Mourão fala sobre saúde de Bolsonaro

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O senador Hamilton Mourão. Foto: Divulgação

O senador Hamilton Mourão, ex-vice-presidente da República e general da reserva, defendeu a concessão de prisão domiciliar ao general Augusto Heleno e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita em entrevista ao Painel, da Folha de S.Paulo.

Segundo Mourão, a situação clínica de Augusto Heleno já vinha sendo apresentada à Justiça como argumento para mudança no regime de prisão. Para ele, o histórico de décadas na vida militar, somado à idade avançada, teria provocado sequelas físicas relevantes. Heleno tem 78 anos.

“O general Heleno apresenta problemas de saúde há algum tempo, como qualquer pessoa que chegou aos 78 anos submetida às tensões normais da vida militar e depois às enfrentadas em outros momentos. Óbvio que isso causa sequelas”, afirmou Mourão, ao comentar o pedido levado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Na mesma declaração, o senador incluiu Jair Bolsonaro no mesmo contexto e defendeu tratamento semelhante. Segundo ele, o ex-presidente também enfrentaria riscos graves à saúde, o que justificaria a adoção da prisão domiciliar como medida humanitária.

“Foi mostrado ao Alexandre de Moraes que seria necessária a prisão domiciliar dele, assim como a do Bolsonaro. É outro que, qualquer coisa… O Bolsonaro é aquele cara que anda no fio da navalha, pode morrer de um dia pro outro”, disse Mourão.

Bolsonaro preso na PF. Foto: Divulgação

A fragilidade física de Bolsonaro tem sido mencionada por aliados há anos e, mais recentemente, passou a integrar formalmente a estratégia de sua defesa. Advogados do ex-presidente usaram o argumento para pedir autorização para procedimentos médicos e reforçar o pleito por prisão domiciliar no Supremo.

Apesar de integrarem o mesmo campo político, Mourão e Bolsonaro mantêm uma relação marcada por distanciamento e atritos desde o período em que governaram juntos. Ainda durante o mandato, o então presidente demonstrou insatisfação com a atuação do vice, reduzindo seu espaço político e influência no governo.

Em entrevista concedida em 2021, Bolsonaro chegou a ironizar a convivência com Mourão. “O Mourão faz o seu trabalho, tem uma independência muito grande. Por vezes atrapalha um pouco a gente, mas o vice é igual cunhado, né. Você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado, não pode mandar o cunhado embora.”

Mourão reconheceu posteriormente que a relação entre os dois foi marcada por uma “guerra fria” ao longo do mandato. Em 2022, ele afirmou que nunca houve uma conversa direta para resolver os conflitos. “É óbvio que eu teria tido uma conversa com ele mais detalhada a respeito do meu papel, para evitar os choques que ocorreram e que não precisavam ter ocorrido”, disse.

Mesmo após o afastamento político, Mourão segue fazendo avaliações públicas sobre o ex-presidente. Em entrevista à Folha em julho passado, afirmou que Bolsonaro teria sido reeleito em 202,  caso ele não tivesse sido preterido na chapa governista por Walter Braga Netto.



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