O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) identificou “lesões atípicas” em dois corpos entre os 121 mortos da megaoperação realizada pelas polícias do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, há duas semanas. Nos dois casos, foram encontrados sinais de tiros à curta distância. Em um deles, também houve decapitação.
A avaliação consta em um relatório de acompanhamento de técnicos do MP nos exames de necropsia dos corpos, realizados no Instituto Médico Legal (IML). O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A identificação de “lesões ou situações atípicas”, descritas como “fora do contexto esperado para o confronto policial ocorrido”, foi um dos objetivos principais do trabalho.
De acordo com o MP, dois casos chamaram atenção. Um dos corpos “apresentava lesões com características de disparo de arma de fogo à curta distância” O outro também “possuía lesão produzida por projétil de arma de fogo à distância, porém apresentava, adicionalmente, ferimento por decapitação, produzido por instrumento cortante ou corto-contundente”. Os nomes dos mortos não foram divulgados.
A equipe do MP sugeriu, como próximos passos, uma “análise minuciosa das imagens das câmeras corporais dos agentes”, além de uma avaliação sobre o ambiente dos confrontos.
O MP ainda registrou que, na maioria dos corpos, “foi registrada a presença de múltiplas lesões de entrada e saída de projéteis, localizadas, predominantemente, em regiões do tórxas, abdome e dorso, compatíveis com confronto armadao”.
De acordo com o órgão, diversos dos mortos tinham “uniformes camuflados”, incluindo botas, coletes e luvas para atiradores.
Créditos
MP identifica dois mortos com tiros à curta distância em megaoperação; em um deles, houve decapitação
1
