O Comitê de Política Monetária (Copom) citou a condução da política monetária nos Estados Unidos durante o “shutdown” do governo americano e as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos entre as fontes de incerteza “mais imediatas” para o cenário externo. A ata da última reunião do colegiado foi divulgada nesta terça-feira.
“Já sobre as fontes de incerteza mais imediatas, destacam-se as negociações comerciais entre Brasil e EUA e a condução da política monetária americana em ambiente de government shutdown, que aumenta a dificuldade de se avaliar a conjuntura corrente”, diz a ata.
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Na semana passada, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano.
Ao descrever os riscos de longo prazo do cenário externo, o Copom citou a política comercial americana, a “precificação apropriada de fundamentos” e a elevação de gastos em vários países.
Além disso, o comitê destacou que se manteve a visão de que a apreciação do câmbio no Brasil está em parte relacionada ao diferencial de juros e, em outra parte, à depreciação do dólar frente a diversas moedas.
O Copom ainda destacou que vai focar nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica da inflação interna e o impacto no cenário. “A avaliação predominante no Comitê é de que persiste maior incerteza no cenário externo e, consequentemente, o Copom deve preservar uma postura de cautela”, apontou.
No parágrafo em que trata da política fiscal, o Copom não fez alterações em relação à ata anterior. Segundo o colegiado, se manteve a “firme convicção” de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas. “Em particular, o debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”.
