Mesmo sem declarações públicas diretas, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) tem demonstrado, nos bastidores, desconfiança em relação à viabilidade eleitoral do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como candidato da direita à Presidência da República em 2026.
Segundo relatos de aliados, em conversas reservadas na Câmara dos Deputados, Nikolas avaliou que uma eventual candidatura do filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro pode não ganhar tração nacional. A leitura interna é de que o projeto corre risco de não “decolar” junto ao eleitorado mais amplo.
Diante desse cenário, o deputado mineiro já teria apontado um possível plano alternativo dentro do campo conservador. O nome citado, de acordo com interlocutores, é o do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que vem sendo colocado como possível presidenciável.
Na avaliação atribuída a Nikolas, Ratinho Júnior teria vantagens competitivas importantes em relação a Flávio Bolsonaro. Além da gestão estadual bem avaliada, o governador contaria com um trunfo estratégico: a influência direta do pai, o apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, um dos comunicadores mais populares da televisão brasileira.
Para aliados do deputado, Nikolas acredita que a força midiática do apresentador do SBT poderia ajudar a candidatura do filho a furar bolhas políticas e alcançar as classes populares, algo considerado decisivo em uma disputa presidencial.
Publicamente, no entanto, Nikolas mantém um discurso alinhado ao bolsonarismo. Questionado sobre o assunto, ele evitou comentar os bastidores. Em manifestações recentes nas redes sociais, afirmou que a escolha de Flávio Bolsonaro pelo ex-presidente representa um gesto em favor da “pacificação nacional”.
“Bolsonaro escolheu Flávio para a próxima disputa. Alguns olham apenas a eleição… mas quem sente o Brasil sabe que há algo maior em jogo. Essa decisão carrega um pedido urgente de pacificação nacional”, escreveu o parlamentar, reforçando a narrativa de união e redução das tensões políticas no país.
Nos bastidores, porém, a movimentação indica que parte da direita já testa caminhos alternativos para 2026 — e Nikolas Ferreira pode estar entre os primeiros a enxergar essa possibilidade.
