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Cientistas confirmaram a existência de uma grande cavidade subterrânea na Lua, reforçando a possibilidade de que futuras bases humanas sejam instaladas abaixo da superfície lunar, longe das condições extremas do ambiente espacial.
A descoberta foi feita na região do Mare Tranquillitatis, área onde pousou a missão Apollo 11, e representa a primeira evidência direta de um tubo de lava lunar acessível. O estudo foi publicado na revista Nature Astronomy e é resultado da reanálise de dados de radar coletados pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter, da Nasa.
Durante décadas, pesquisadores suspeitavam que poços circulares visíveis na superfície da Lua funcionassem como entradas para sistemas subterrâneos maiores. Agora, ecos de radar compatíveis com uma cavidade oca confirmaram que ao menos um desses poços está conectado a um amplo conduto subterrâneo.
Segundo os autores, a estrutura possui dezenas de metros de extensão e largura estimada entre 40 e 50 metros. O poço que dá acesso ao interior da caverna tem cerca de 100 metros de diâmetro e profundidade superior a 130 metros, características típicas de formações conhecidas como claraboias de tubos de lava.
Por que cavernas lunares mudam os planos de exploração
Na superfície da Lua, astronautas enfrentam radiação intensa, impactos de micrometeoritos e variações térmicas extremas, com temperaturas que podem ultrapassar 120 °C durante o dia e despencar para quase –170 °C à noite. No subsolo, essas condições mudam radicalmente.
Pesquisas anteriores indicam que regiões permanentemente sombreadas em cavidades lunares mantêm temperaturas próximas a 17 °C. Além disso, camadas espessas de rocha funcionam como blindagem natural contra radiação e detritos espaciais, reduzindo a necessidade de estruturas artificiais complexas.
Para os cientistas, isso torna esses ambientes ideais para abrigar módulos pressurizados, sistemas de suporte à vida, laboratórios e estoques essenciais para missões prolongadas. Ainda assim, missões robóticas serão necessárias para mapear a estabilidade e a extensão total do tubo antes de qualquer presença humana.
A confirmação no Mare Tranquillitatis fortalece a hipótese de que outras cavernas semelhantes estejam espalhadas pela Lua, inclusive em regiões polares onde há indícios de gelo. Caso isso se confirme, o subsolo lunar pode se tornar peça-chave na próxima fase da exploração espacial.
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