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Nova pesquisa desmonta o mito dos 10 mil passos por dia

by admin

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Uma nova análise publicada na revista The Lancet indica que a busca por 10 mil passos diários pode não ser a régua definitiva para medir um estilo de vida saudável. A pesquisa revisou evidências produzidas ao longo de mais de uma década e concluiu que metas mais modestas, mas constantes, estão associadas a impactos profundos no bem-estar físico e emocional.

O estudo, divulgado em agosto de 2025, reuniu dados de 57 pesquisas feitas entre 2014 e o início de 2025, todas com participantes monitorados por pedômetros ou rastreadores de atividade. Os autores procuraram medir como a quantidade de passos diários se relaciona com mortalidade, doenças cardiovasculares, incidência de câncer, diabetes, saúde mental e até risco de quedas.

A passagem de uma rotina sedentária, marcada por cerca de 2 mil passos por dia, para uma média de 7 mil passos gerou reduções expressivas em vários indicadores. A partir desse patamar, os benefícios continuaram crescendo, mas de forma mais lenta.

Trata-se de uma diferença significativa. Segundo a revisão, atingir 7 mil passos ao dia foi associado a uma redução de 47% no risco de morte por todas as causas, 25% menos incidência de doenças cardiovasculares e 47% mortalidade por enfermidades do coração. O impacto apareceu também em outras frentes. Houve 6% menos de risco de câncer, 37% menos de mortalidade por câncer, 14% menos de risco de diabetes tipo 2 e 38% menos de probabilidade de desenvolver demência. A melhora na saúde mental também foi notável, com queda de 22% nos sintomas depressivos. Entre idosos, o risco de quedas caiu 28%.

A força das evidências foi considerada moderada para a maior parte dos desfechos, embora os pesquisadores apontem limitações relacionadas sobretudo ao número menor de estudos sobre câncer e quedas. Eles também lembram que idade, condições físicas e outros fatores individuais influenciam a resposta ao aumento da atividade diária.

Mesmo assim, a conclusão vai na contramão do ideal quase mítico dos 10 mil passos. O estudo afirma que metas mais altas continuam válidas para quem já possui ritmo de atividade elevado, mas reforça que 7 mil passos podem representar um objetivo mais realista e transformador para boa parte da população mundial, especialmente considerando que um terço dos adultos é classificado como insuficientemente ativo.

A revisão reforça a ideia de que pequenos avanços diários acumulam ganhos relevantes ao longo do tempo. E lembra que cada passo conta, sobretudo para quem inicia a caminhada saindo do sedentarismo.

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