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Novo Nordisk Obtém Aprovação Nos EUA Para Wegovy Em Comprimido

by admin

Reuters

Logo da Novo Nordisk em escritório de Bagsvaerd, na Dinamarca

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Os Estados Unidos aprovaram um novo medicamento da Novo Nordisk em formato de comprimido para emagrecimento. A decisão, desta segunda-feira (22), foi tomada pela FDA (Food and Drug Administration, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos).

O aval dá à farmacêutica dinamarquesa uma vantagem inicial na corrida para comercializar um tratamento oral potente para perda de peso, em um momento em que a empresa tenta recuperar terreno perdido para a rival Eli Lilly.

O comprimido contém 25 miligramas de semaglutida, o mesmo princípio ativo das versões injetáveis do Wegovy e do Ozempic, e será comercializado sob a marca Wegovy. A Novo já vende um medicamento oral à base de semaglutida para o tratamento do diabetes tipo 2, o Rybelsus.

A aprovação pode impulsionar a recuperação da Novo após um ano turbulento, marcado por queda nas ações, alertas de lucro e desaceleração nas vendas do Wegovy injetável, em meio à concorrência acirrada da Lilly e à pressão de versões manipuladas.

Após o anúncio, as ações da Novo negociadas nos EUA subiram 8%, enquanto os papéis da Lilly caíram 1% no pregão estendido.

Resultados

Um estudo de fase final, com duração de 64 semanas, mostrou que participantes que tomaram 25 mg de semaglutida oral uma vez ao dia perderam, em média, 16,6% do peso corporal, contra 2,7% no grupo que recebeu placebo.

O medicamento foi aprovado para o controle crônico do peso em adultos com obesidade ou sobrepeso e ao menos uma condição de saúde relacionada. A decisão amplia o número potencial de pacientes em um momento em que seguradoras, empregadores e governos enfrentam os custos crescentes da obesidade.

O mercado global de medicamentos para perda de peso deve atingir cerca de US$ 150 bilhões por ano (R$ 832,5 bilhões) na próxima década. “Haverá um aumento significativo na base de pacientes à medida que novas indicações surgirem e as versões orais chegarem ao mercado”, afirmou Anand Iyer, diretor de IA da empresa de telemedicina Welldoc.

A Novo aposta na vantagem de ser a primeira a lançar o medicamento oral para revitalizar as vendas nos Estados Unidos, onde perdeu espaço para a Lilly.

O medicamento de nova geração da rival, o orforglipron, poderá ser aprovado já no final de março. Segundo David Moore, vice-presidente executivo de operações da Novo nos EUA, um comprimido diário pode aumentar o interesse e a adesão ao tratamento.

A empresa está fabricando o medicamento na Carolina do Norte e vem ampliando seus estoques “há algum tempo” para garantir um abastecimento amplo.

Dados do governo dos EUA indicam que cerca de 40% dos adultos americanos são obesos, enquanto aproximadamente 12% afirmam usar medicamentos da classe GLP-1, segundo pesquisa recente da organização KFF.

Embora a Novo tenha sido pioneira no lançamento dos injetáveis, enfrentou dificuldades iniciais para atender à demanda, permitindo que a Lilly assumisse a liderança com o Zepbound, hoje o medicamento mais prescrito da categoria no país.

Analistas afirmam que uma versão em comprimido pode reduzir a resistência às injeções e ampliar o acesso ao tratamento. A expectativa é que os medicamentos orais representem cerca de 20% do mercado até 2030, especialmente entre pacientes que preferem opções menos invasivas.

“Os comprimidos não substituirão as injeções”, disse Christopher Chrisman, diretor-gerente e sócio da consultoria BCG. “Mas oferecem vantagens claras para algumas pessoas, como praticidade para viagens e ausência de necessidade de refrigeração.”

Acordos de preços

A Novo informou que a dose inicial de 1,5 miligrama do Wegovy em comprimido estará disponível no início de janeiro. A empresa e a Lilly concordaram em oferecer as doses iniciais de seus medicamentos orais por US$ 149 por mês (R$ 827) para beneficiários do Medicare e Medicaid, além de consumidores que pagam em dinheiro por meio do site governamental TrumpRx.

Recentemente, a Novo também reduziu o preço à vista do Wegovy injetável para US$ 349 por mês (R$ 1.937), ante US$ 499 (R$ 2.770). Os preços de tabela nos EUA seguem em torno de US$ 1.000 mensais ou mais (cerca de R$ 5.550).

Em novembro, o CEO da Novo, Mike Doustdar, afirmou que usuários de medicamentos para perda de peso apresentam um comportamento mais próximo ao do consumidor tradicional do que pacientes com diabetes, reconhecendo a necessidade de adaptação da empresa.

Resta saber se mais um produto à base de semaglutida será suficiente para resolver os desafios atuais da farmacêutica. O comprimido oral da Novo deve ser tomado em jejum, pela manhã, 30 minutos antes de comer, beber ou ingerir outros medicamentos, uma exigência que não se aplica ao comprimido da Lilly.



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