Enquanto o número de imigrantes caiu 2% no período entre 2023 e 2024, registrando a entrada regular de 138 mil pessoas (menos 2,7 mil), mais 99 mil brasileiros foram para o país.
Os dados são do novo relatório de imigração da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que destaca o aumento de brasileiros em Portugal:
“Brasil, Angola e Cabo Verde foram as três principais nacionalidades de imigrantes em 2023. Entre os 15 principais países de origem, o Brasil registrou o maior aumento (99 mil) nos fluxos para Portugal em comparação com o ano anterior”.
A maioria que emigra para Portugal é para iniciar um novo trabalho ou para buscar emprego. É uma tendência que continua este ano, apesar do caos administrativo e do pacote anti-imigração do governo.
“Este número compreende 28% de imigrantes que beneficiam da livre mobilidade, 44% de trabalhadores migrantes e 14% de familiares. Cerca de 9 mil autorizações foram emitidas para estudantes internacionais de nível superior”.
Este incremento geral verificado pela OCDE depende muito dos brasileiros, que são a maior força estrangeira no mercado de trabalho e nas salas de aula de Portugal.
“Cerca de 57% de todos os imigrantes que entram no mercado de trabalho atuam em setores de baixa remuneração: hospedagem, alimentação, serviços e construção”, diz a OCDE.
Apesar de trabalharem inicialmente em setores com salários mais baixos, 41% dos imigrantes em Portugal têm qualificações de ensino superior além das necessárias para as funções desempenhadas.
A superqualificação ocorre, segundo a OCDE, porque existem obstáculos nos reconhecimentos e equivalências de graus acadêmicos e profissionais.
Como nos Estados Unidos e na Espanha, a maioria dos imigrantes em Portugal é originária da América Latina. Os brasileiros predominam em território português, enquanto os hispânicos nos EUA e na Espanha.
