O Flamengo partiu para o ataque ao Botafogo e ao Palmeiras nos últimos dias, entregando para a CBF uma carta pedindo a proibição de jogos em gramados sintéticos. A ofensiva, disfarçada no interesse de ajudar o futebol nacional, não esconde apenas a preocupação com concorrentes fortes dentro de campo. Mas visa, e com o apoio de uma mídia comprometida, desviar o foco do fair play financeiro, tema defendido pelo próprio Urubu.
Contando com a mídia, que chega a ponto de alfinetar o Botafogo, o Flamengo conseguiu tirar o foco do fair play financeiro, que agora quer varrer para debaixo do tapete. Passou batida uma declaração do presidente do Urubu esta semana. Ele disse que o clube tem R$ 1 bilhão para gastar em reforços em 2026. Mas isso fere o fair play financeiro?
CBF e o fair play financeiro do Flamengo
O documento da CBF sobre regras de fair play financeiro fala que um clube pode gastar 80% da sua receita relevante com seu elenco (salários, encargos, direitos de imagem e amortizações — ou seja, custo com jogadores, tanto manutenção quanto novas contratações com pagamento diluído).
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Vale destacar que receita relevante do clube é a soma de: receitas + transferências líquidas + aportes de capital. No caso do Flamengo, por não ser SAF, não há aporte. Assim o clube pode gastar com tudo do elenco 80% do que arrecada com receitas + transferências líquidas.
Botafogo e o discurso desmoralizado do Flamengo

Pois bem, o Flamengo deve ter um faturamento este ano de R$ 1,8 bilhão. Ou seja, poderia gastar menos de R$ 1,5 bilhão com o futebol. Se gastar R$ 1 bilhão só com reforços, teria que usar R$ 400 e pouco milhões para pagar toda a folha salarial anual, mas multas rescisórias, direitos de imagem e outras despesas. Ou seja, não cumpriria o fair play financeiro no modelo que o clube defendeu. Vale lembrar que em 2026 não há o Super Mundial de Clubes, que contribuiu demais para este faturamento.
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Portanto, é preciso de fato desviar o foco e falar de gramado sintético. Pois no debate que o próprio Urubu sugeriu, de fair play financeiro, ele seria desmoralizado.
