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os Brasileiros em Alta no Automobilismo Mundial

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os Brasileiros em Alta no Automobilismo Mundial

Sérgio Soares/ RF1

Lucas Moraes, atual campeão mundial do W2RC.

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O fim de semana foi marcante em Interlagos: o público voltou a testemunhar um brasileiro correndo de Fórmula 1 em casa. Gabriel Bortoleto, estreante da Stake F1 Team Kick Sauber, viveu dias intensos, mas o domingo, 9, terminou mal — o paulista abandonou na primeira curva, em uma prova que também tirou Lewis Hamilton e Charles Leclerc da disputa.

Nos bastidores, porém, o clima foi de otimismo. Alguns dos principais nomes que representam o Brasil nas principais categorias do automobilismo mundial estiveram no paddock e falaram à Forbes, traçando um retrato de um país que chega a 2026 com um cenário promissor, novas oportunidades e um esporte a motor em clara expansão.

Lucas Moraes, atual campeão mundial do W2RC (World Rally-Raid Championship), é o nome mais consolidado dessa geração fora do asfalto. O campeonato reúne as principais provas off-road do planeta, como o icônico Rally Dakar. Aos 36 anos, o paulista — que disputou seu primeiro Dakar apenas em 2023 — construiu uma trajetória meteórica e se tornou um dos maiores nomes do off-road mundial.

“Meu grande desejo é fazer o esporte crescer. O brasileiro gosta de quem ganha, então tem que continuar ganhando para o rali aparecer”, disse à Forbes. Depois do título com a Toyota Gazoo Racing, Moraes inicia agora uma nova fase na Dacia, onde terá ao lado Sébastien Loeb e Nasser Al-Attiyah, reforçando o peso esportivo do projeto.

Mais do que resultados, Lucas carrega uma agenda de representatividade. “O rali ainda é um esporte de nicho no Brasil, mas esse título fez as pessoas olharem diferente. Não pelo Lucas, mas pelo esporte”, afirmou. De piloto privado a contratado de fábrica, ele se tornou referência também para patrocinadores e para uma nova geração que enxerga o off-road como plataforma global de alto nível. “Quando subi ao pódio no Dakar, tudo mudou. Deixei de ser alguém tentando um espaço para me tornar parte de um projeto global.”

Nos boxes da Aston Martin, Felipe Drugovich foi um dos nomes mais abordados pelos fãs brasileiros ao longo do fim de semana. Campeão da Fórmula 2 em 2022, o paranaense segue como piloto de testes e reserva da equipe inglesa, preparado para assumir o carro a qualquer momento — papel que exige presença constante em simulador, reuniões técnicas e acompanhamento integral da operação de pista.

Sérgio Soares/ RF1

Felipe Drugovich.

Em paralelo, o próximo passo está definido: Drugovich foi confirmado pela Andretti para a Fórmula E a partir da temporada 2025/26, integrando um grid que já conta com Lucas di Grassi, campeão mundial da categoria, e mantendo o Brasil em evidência também no Mundial Elétrico.

Na IndyCar, o país volta a ter um representante fixo. Caio Collet, vice-campeão da Indy NXT 2025, foi anunciado pela A.J. Foyt Racing e será o único brasileiro no grid em 2026. “É a realização de um sonho e uma grande responsabilidade”, disse à Forbes. O paulista chega com o apoio da Combitrans, empresa 100% brasileira, e mostrou boa adaptação nos testes iniciais.

Sérgio Soares/ RF1

Caio Collet, vice-campeão da Indy NXT.

“Hoje, para chegar em uma categoria de ponta, você precisa ter os dois: resultado e estrutura. O trabalho começa agora, e quero representar o país à altura do que ele já conquistou na Indy.” A presença de Collet retoma uma linhagem que tem em Hélio Castroneves, Tony Kanaan e Gil de Ferran alguns dos capítulos mais vitoriosos da história brasileira nos Estados Unidos — e sucede a passagem recente de Pietro Fittipaldi, que marcou o retorno, mas sem o mesmo impacto esportivo dos grandes campeões.

No universo dos monopostos europeus, Rafael Câmara é hoje um dos principais nomes cotados para chegar à Fórmula 1 no médio prazo. Integrante da Ferrari Driver Academy desde 2022 e campeão da F3 2025, o pernambucano foi confirmado na Fórmula 2 pela Invicta Racing, a mesma equipe pela qual Bortoleto conquistou o título da categoria no ano passado. Aos 20 anos, combina resultados, formação em alto nível e presença em uma estrutura competitiva.

Sérgio Soares/ RF1

Rafael Câmara.

Fernando Barrichello, o Fefo, representa a continuidade de um dos sobrenomes mais emblemáticos do esporte. Aos 18 anos, estreia na Fórmula 3 com a AIX Racing, equipe em crescimento. “Representar a bandeira brasileira é uma honra. Eu levo as cores no capacete, no macacão, no carro”, disse à Forbes.

Sérgio Soares/ RF1

Fernando Barrichello.

A presença dele no paddock de Interlagos, ao lado do pai, conecta gerações e reforça a ideia de que o caminho brasileiro segue ativo na base internacional. O irmão mais velho, Dudu Barrichello — que não esteve em Interlagos neste domingo — vem se destacando no Mundial de Endurance (WEC), consolidando a família como uma das mais presentes nas principais frentes do automobilismo atual.

Com tantos nomes de peso em grids das principais categorias do mundo — da Fórmula 1 às areias do off-road, de Indianápolis ao Mundial Elétrico e às categorias de base da F1 — o cenário é promissor para 2026, com um mercado do automobilismo brasileiro em plena expansão e uma presença cada vez mais consistente no ecossistema global do esporte.

Ação na pista

O GP de São Paulo marcou um fim de semana perfeito para o britânico Lando Norris, que cravou as duas poles e venceu as duas corridas disputadas. Com 100% de aproveitamento, ele vai para as três últimas etapas da temporada – em Las Vegas, Catar e Abu Dhabi – com 24 pontos de vantagem sobre o parceiro Oscar Piastri, que teve mais problemas no GP deste domingo. O piloto foi considerado culpado por um toque em Kimi Antonelli e Charles Leclerc, que tirou o monegasco da prova. Piastri foi penalizado em 10 segundos em sua parada de box e terminou em quinto.

Em segundo, Antonelli ainda teve que segurar um inspirado Max Verstappen, que saiu dos boxes e chegou no pódio, em um ótimo terceiro lugar, mantendo viva a chama do pentacampeonato, a 49 pontos de Norris. Após um forte acidente no sábado, o piloto da casa – Gabriel Bortoleto – teve um fim prematuro para sua participação no GP de São Paulo. Ele bateu na volta 1 na curva do Bico de Pato após um toque com Lance Stroll. A Formula 1 volta a se reunir em duas semanas, no GP de Las Vegas.



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