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Os impactos do século XXI no mundo corporativo | Renato Bernhoeft

by admin

Após ultrapassarmos duas décadas do século XXI, já é possível analisar — e também observar com interesse e curiosidade — o que este novo século nos revela. Isso se reflete nas organizações e nas exigências que vêm desafiando as estruturas de recursos humanos, tanto em questões internas quanto naquelas externas ao mundo corporativo, econômico e social.

Não resta dúvida de que os profissionais de recursos humanos precisarão ampliar sua visão estratégica para que possam, de forma efetiva, contribuir para a dinâmica das corporações em sua relação com os mercados, tanto nacional quanto global.

Neste artigo, pretendo destacar dois aspectos que já se fazem presentes no contexto atual. Refiro-me ao significativo aumento dos índices de longevidade e aos avanços na área de tecnologia, incluindo os impactantes efeitos da inteligência artificial.

Vale registrar que ambos os temas assumiram um caráter global. Ou seja, não há continente, país ou cultura que não esteja sendo impactado por essas novas exigências.

O aumento dos índices de longevidade, acompanhado da redução da natalidade, gera por si só alguns desafios já evidentes, a saber:

Profissionais de RH precisarão ampliar sua visão estratégica para que possam, de forma efetiva, contribuir para a dinâmica das corporações em sua relação com os mercados, escreve colunista — Foto: Burst

  • Revisar as políticas e práticas de aposentadoria em todos os níveis hierárquicos;
  • Desenvolver programas de integração das diferentes gerações, incluindo eventuais mudanças nas estruturas hierárquicas e na dinâmica dos sistemas de comando, liderança e descrição de atribuições e cargos;
  • Criar programas de preparo dos profissionais para uma aposentadoria produtiva e que envolva ter um “projeto de vida” para esta nova etapa de vida;
  • Analisar profundamente os programas de previdência social e seus possíveis efeitos sobre a perda de renda para os idosos que se aposentam;
  • Incentivar os funcionários com mais tempo de empresa para que treinem os mais novos e também encaminhem sua sucessão;
  • Preparar o contingente na meia-idade para um envelhecimento saudável, tanto no nível pessoal como profissional;
  • Revisar os planos de carreira com base em novos indicadores que estão surgindo a cada novo dia e tendo em mente que várias carreiras já estão desaparecendo e novas estão surgindo;
  • Manter atenção aos preconceitos que começam a surgir em relação aos idosos, caracterizado como etarismo;
  • Revisar programas de integração, carreira, benefícios e remuneração, já que é a nova geração de profissionais não apresenta o mesmo desejo de gerações anteriores de permanecer na mesma empresa por um longo período.

Esta relação não esgota o tema, mas funciona como uma provocação para que o assunto seja incluído na agenda das associações de profissionais de recursos humanos e também nas politicas corporativas, com a contribuição efetiva dos profissionais da área.

Além disso, ao falarmos de tecnologia, é possível destacar a gradativa perda de privacidade que vem ocorrendo em todos os papéis que vivemos, seja ele profissional, conjugal, familiar, individual, social, educacional ou espiritual.

Vale destacar alguns aspectos sobre o uso cauteloso dos recursos tecnológicos:

  • Considerando a crescente perda da privacidade, é importante que cada indivíduo tenha o máximo cuidado com informações de caráter confidencial, tanto no nível pessoal como corporativo;
  • A área de recursos humanos, em conjunto com outras áreas como financeira, estratégia, mercadológica e de tecnologia, deve desenvolver critérios sobre o uso dos equipamentos e informações a que tenham acesso;
  • Abordagens pessoais, éticas e de gênero devem ser vistas com muita cautela;
  • O equilíbrio nos sistemas de trabalho, tanto virtual como presencial, devem contar com políticas e práticas aceitas conscientemente pelos membros das empresas.

Aqui também vale o registro de que este artigo busca apenas alertar e, mais ainda, provocar cada profissional de recursos humanos para que fique atento aos temas e tenha uma postura proativa em relação ao conjunto de desafios que o novo século está nos trazendo.

Renato Bernhoeft é fundador e presidente do conselho da höft consultoria.

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