Vamos fazer uma breve memória da primeira semana de dezembro no Palácio dos Leões:
· Ausência de representantes do MDB nacional na largada da campanha de Orleans Brandão anunciada com pompa e circunstância.
· Baleia Rossi, presidente nacional da sigla, cancelou sua ida no convescote articulado por Marcus Brandão.
· Irmão e sobrinho do governador declaram estarem abertos a conversar com antigos aliados ligados a Flávio Dino.
· Criação de 120 cargos comissionados novos para abrigar novos aliados.
· Articulação de vereadores ligados a Brandão para submeter o prefeito Eduardo Braide a um processo de impeachment e, em poucas horas, retrocederam.
· Reúne toda a família do patriarca José Sarney no Palácio dos Leões para fazer uma foto com seu novo “lado político”.
O que todos esses fatos juntos sinalizam?
Um clima de grande tensão sobre inviabilidade da candidatura de Orleans Brandão, já sinalizada pelos especialistas contratados pelo próprio governo. E ações seguidas do governo Brandão mostra a apreensão que está por trás da campanha antecipada.
São mais de 5 pesquisas por semana fabricadas pelo Palácio dos Leões para criar uma sensação de que a candidatura do sobrinho do governador é viável. Mas os levantamentos feitos por outras forças políticas em todo o Estado mostram um cenário completamente aberto, com uma certa vantagem para o prefeito de São Luís. Pra tentar diminuir o prefeito da capital, abriram um processo de impeachment sem nenhum lastro social e viram a “jogada de mestre” ruir em menos de 24h, precisando dar um passo atrás.
Brandão já ouviu do presidente Lula que não terá o apoio para seu sobrinho e sabe que, na oposição a Lula, as suas chances são ainda menores. Também ficou cada vez mais claro que não há confiança dos políticos maranhenses nessa candidatura, considerada uma loucura para muitos. Preocupados, pressionaram com emendas e ameaças diversos prefeitos e deputados a se posicionar.
Isolado em Brasília, com a negativa de Lula, sem apoio da cúpula do MDB nacional à estratégia tresloucada, Brandão aposta tudo na política coronelista. E, para coroar este momento, decidiu agarrar-se ao velho oligarca à espera de um milagre de apoio em Brasília. Mas Brandão sabe que, mesmo com o respeito que existe em torno do ex-presidente, ele é carta fora do baralho no jogo de poder nacional para 2026.
Enquanto isso, o tempo vai passando e a estratégia em torno do filho de Marcus Brandão parece cada vez mais sem sentido. E o tempo pressiona Carlos Brandão a uma decisão: concorrer ao Senado e manter o foro privilegiado, renunciando ao cargo de governador, ou renunciar ao futuro político no Congresso em nome de um capricho de seu irmão Marcus?
