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O placar financeiro não mente. Há vinte e cinco anos, a Forbes avaliava as equipes da NHL em média em US$ 148 milhões. Na NBA, o número era US$ 207 milhões, e na MLB, US$ 233 milhões. Mesmo a poderosa NFL tinha avaliação média de apenas US$ 423 milhões.
Hoje, todas as 124 franquias das quatro principais ligas norte-americanas valem ao menos US$ 1,05 bilhão, somando US$ 536 bilhões. A avaliação média em cada esporte supera US$ 2,2 bilhões — incluindo US$ 7,1 bilhões na NFL — e, no topo, há times que valem até US$ 13 bilhões.
Parte dessa alta é simplesmente inflação — US$ 148 milhões em 2000 equivalem a cerca de US$ 280 milhões em dólares de 2025, por exemplo —, mas a imensa maioria do aumento reflete ganhos reais das franquias esportivas. De fato, o setor avançou rumo a recordes financeiros praticamente durante todos os últimos 25 anos, mesmo quando o restante da economia sofria.
Ao longo desse caminho, a franquia da NFL hoje conhecida como Washington Commanders, avaliada em US$ 741 milhões em 2000, tornou-se o primeiro time a valer pelo menos US$ 1 bilhão em 2004. Oito anos depois, o mundo esportivo ganhou seu primeiro time de US$ 2 bilhões — o Manchester United, da Premier League —, e o líder dobrou novamente em 2016, quando o Dallas Cowboys ultrapassou US$ 4 bilhões. Os Cowboys chegaram a US$ 8 bilhões em 2022, e o ritmo só se acelerou desde então.
Agora, ao fazermos um balanço no primeiro quarto do século 21, quais times mais se valorizaram? Bem, depende de como você olha.
Classificando pela variação absoluta de valor, as principais franquias — sem surpresa — são praticamente um espelho do ranking 2025 da Forbes das 50 equipes esportivas mais valiosas do mundo (menos alguns clubes de futebol europeu, excluídos deste recorte de 25 anos).
Os Cowboys lideram, como geralmente acontece em rankings financeiros, saltando de US$ 713 milhões na lista da NFL de 2000 para US$ 13 bilhões na edição mais recente, em agosto — um ganho de US$ 12,3 bilhões. Nenhuma equipe do mundo ficou a menos de US$ 100 milhões dos US$ 1,2 bilhão de receita dos Cowboys na última temporada, e apenas uma ficou a menos de US$ 350 milhões.
Outros times no topo em variação absoluta incluem franquias icônicas como o Golden State Warriors (US$ 10,8 bilhões a mais) e o Los Angeles Rams (US$ 10,1 bilhões). Dezoito dos 25 primeiros são da NFL, com dois da MLB e cinco da NBA completando a lista.
Os resultados ficam mais inesperados ao classificar por variação percentual, a forma como investidores normalmente medem retornos.
Os 50 times que mais valorizaram desde 2000
| # | Time | Liga | Valor em 2000 | Valor em 2025 | Variação em dólares |
| 1 | Dallas Cowboys | NFL | US$ 713 milhões | US$ 13 bilhões | US$ 12,3 bilhões |
| 2 | Golden State Warriors | NBA | US$ 168 milhões | US$ 11 bilhões | US$ 10,8 bilhões |
| 3 | Los Angeles Rams | NFL | US$ 418 milhões | US$ 10,5 bilhões | US$ 10,1 bilhões |
| 4 | New York Giants | NFL | US$ 387 milhões | US$ 10,1 bilhões | US$ 9,7 bilhões |
| 5 | Los Angeles Lakers | NBA | US$ 360 milhões | US$ 10 bilhões | US$ 9,6 bilhões |
| 6 | New York Knicks | NBA | US$ 395 milhões | US$ 9,75 bilhões | US$ 9,4 bilhões |
| 7 | New England Patriots | NFL | US$ 464 milhões | US$ 9 bilhões | US$ 8,5 bilhões |
| 8 | San Francisco 49ers | NFL | US$ 379 milhões | US$ 8,6 bilhões | US$ 8,2 bilhões |
| 9 | Philadelphia Eagles | NFL | US$ 329 milhões | US$ 8,3 bilhões | US$ 8 bilhões |
| 10 | Chicago Bears | NFL | US$ 319 milhões | US$ 8,2 bilhões | US$ 7,9 bilhões |
| 11 | New York Jets | NFL | US$ 384 milhões | US$ 8,1 bilhões | US$ 7,7 bilhões |
| 12 | New York Yankees | MLB | US$ 548 milhões | US$ 8,2 bilhões | US$ 7,7 bilhões |
| 13 | Las Vegas Raiders | NFL | US$ 315 milhões | US$ 7,7 bilhões | US$ 7,4 bilhões |
| 14 | Los Angeles Clippers | NBA | US$ 154 milhões | US$ 7,5 bilhões | US$ 7,3 bilhões |
| 15 | Miami Dolphins | NFL | US$ 472 milhões | US$ 7,5 bilhões | US$ 7 bilhões |
| 16 | Washington Commanders | NFL | US$ 741 milhões | US$ 7,6 bilhões | US$ 6,9 bilhões |
| 17 | Boston Celtics | NBA | US$ 212 milhões | US$ 6,7 bilhões | US$ 6,5 bilhões |
| 18 | Los Angeles Dodgers | MLB | US$ 325 milhões | US$ 6,8 bilhões | US$ 6,5 bilhões |
| 19 | Denver Broncos | NFL | US$ 471 milhões | US$ 6,8 bilhões | US$ 6,3 bilhões |
| 20 | Green Bay Packers | NFL | US$ 337 milhões | US$ 6,65 bilhões | US$ 6,3 bilhões |
| 21 | Seattle Seahawks | NFL | US$ 407 milhões | US$ 6,7 bilhões | US$ 6,3 bilhões |
| 22 | Pittsburgh Steelers | NFL | US$ 414 milhões | US$ 6,5 bilhões | US$ 6,1 bilhões |
| 23 | Tampa Bay Buccaneers | NFL | US$ 531 milhões | US$ 6,6 bilhões | US$ 6,1 bilhões |
| 24 | Atlanta Falcons | NFL | US$ 321 milhões | US$ 6,35 bilhões | US$ 6 bilhões |
| 25 | Minnesota Vikings | NFL | US$ 322 milhões | US$ 6,25 bilhões | US$ 5,9 bilhões |
| 26 | Cleveland Browns | NFL | US$ 557 milhões | US$ 6,4 bilhões | US$ 5,8 bilhões |
| 27 | Kansas City Chiefs | NFL | US$ 367 milhões | US$ 6,2 bilhões | US$ 5,8 bilhões |
| 28 | Tennessee Titans | NFL | US$ 505 milhões | US$ 6,3 bilhões | US$ 5,8 bilhões |
| 29 | Houston Rockets | NBA | US$ 206 milhões | US$ 5,9 bilhões | US$ 5,7 bilhões |
| 30 | Chicago Bulls | NBA | US$ 314 milhões | US$ 6 bilhões | US$ 5,7 bilhões |
| 31 | Baltimore Ravens | NFL | US$ 479 milhões | US$ 6,1 bilhões | US$ 5,6 bilhões |
| 32 | Los Angeles Chargers | NFL | US$ 393 milhões | US$ 6 bilhões | US$ 5,6 bilhões |
| 33 | Buffalo Bills | NFL | US$ 365 milhões | US$ 5,95 bilhões | US$ 5,6 bilhões |
| 34 | Indianapolis Colts | NFL | US$ 332 milhões | US$ 5,9 bilhões | US$ 5,6 bilhões |
| 35 | Miami Heat | NBA | US$ 225 milhões | US$ 5,7 bilhões | US$ 5,5 bilhões |
| 36 | Brooklyn Nets | NBA | US$ 179 milhões | US$ 5,6 bilhões | US$ 5,4 bilhões |
| 37 | Toronto Raptors | NBA | US$ 148 milhões | US$ 5,4 bilhões | US$ 5,3 bilhões |
| 38 | Philadelphia 76ers | NBA | US$ 233 milhões | US$ 5,45 bilhões | US$ 5,2 bilhões |
| 39 | Arizona Cardinals | NFL | US$ 305 milhões | US$ 5,5 bilhões | US$ 5,2 bilhões |
| 40 | Carolina Panthers | NFL | US$ 513 milhões | US$ 5,7 bilhões | US$ 5,2 bilhões |
| 41 | Phoenix Suns | NBA | US$ 252 milhões | US$ 5,425 bilhões | US$ 5,2 bilhões |
| 42 | Jacksonville Jaguars | NFL | US$ 460 milhões | US$ 5,6 bilhões | US$ 5,1 bilhões |
| 43 | Detroit Lions | NFL | US$ 378 milhões | US$ 5,4 bilhões | US$ 5 bilhões |
| 44 | New Orleans Saints | NFL | US$ 324 milhões | US$ 5,3 bilhões | US$ 5 bilhões |
| 45 | Dallas Mavericks | NBA | US$ 167 milhões | US$ 5,1 bilhões | US$ 4,9 bilhões |
| 46 | Cincinnati Bengals | NFL | US$ 422 milhões | US$ 5,25 bilhões | US$ 4,8 bilhões |
| 47 | Atlanta Hawks | NBA | US$ 184 milhões | US$ 5 bilhões | US$ 4,8 bilhões |
| 48 | Cleveland Cavaliers | NBA | US$ 185 milhões | US$ 4,8 bilhões | US$ 4,6 bilhões |
| 49 | Boston Red Sox | MLB | US$ 284 milhões | US$ 4,8 bilhões | US$ 4,5 bilhões |
| 50 | Washington Wizards | NBA | US$ 210 milhões | US$ 4,7 bilhões | US$ 4,5 bilhões |
Os Warriors disparam na frente após saltarem de US$ 168 milhões para US$ 11 bilhões — valorização de 6.448%, ou crescimento anual composto de 18,2% — seguidos pelo Los Angeles Clippers (4.770%). Mas os três seguintes são os menos midiáticos Edmonton Oilers (4.056%), Toronto Raptors (3.549%) e Milwaukee Bucks (3.182%).
Pelas altas percentuais, a NBA domina, com 18 das 25 posições; a NFL tem cinco e a NHL, duas. Todos os 25 registraram valorização de ao menos 2.264%, ou CAGR de 13,5%.
De fato, nenhuma das 118 franquias das quatro grandes ligas que existiam em todo o período de 25 anos teve valorização pior que 285% (CAGR de 5,5%). E apenas o Cleveland Guardians não superou a valorização do S&P 500 de 372% (6,4% ao ano).
Como a maioria dos banqueiros e investidores do esporte, a Forbes avalia franquias por múltiplos de receita, então os times naturalmente ficaram mais valiosos à medida que passaram a gerar mais caixa. Os maiores incrementos vieram da alta das receitas de mídia nacionais: os acordos mais recentes da NFL garantem ao menos US$ 125,5 bilhões até 2033 — US$ 392 milhões por time em 2024, ou 59% da receita média por equipe naquela temporada, segundo estimativas da Forbes.
O resultado é que os times de futebol americano obtêm uma fatia substancialmente maior de sua receita por meio de distribuições da liga do que antes — estimados 67% na última temporada, a US$ 443 milhões, incluindo patrocínios nacionais e outras receitas centralizadas —, sendo essencialmente garantida a lucratividade, independentemente de quantos ingressos ou camisas vendam.
A tendência é menos dramática nas outras ligas norte-americanas, mas ainda relevante. Na NBA, por exemplo, cada franquia recebeu cerca de US$ 120 milhões apenas dos acordos nacionais de TV e rádio na última temporada — 29% da receita média —, antes mesmo do novo pacote entrar em vigor neste ano, estimado em US$ 76 bilhões por 11 anos. Os times também avançaram no nível local, em áreas como patrocínio e assentos premium.
Ainda assim, para as 118 franquias que atravessam o período de 25 anos, a receita subiu 397% — um crescimento relevante, mas que explica apenas uma parte do aumento médio de 1.610% nas avaliações.
O restante decorre da elevação dos múltiplos, refletindo o apetite dos investidores por times esportivos. Em 2000, essas 118 franquias eram avaliadas, em média, em 2,9 vezes a receita estimada da temporada anterior. Neste ano, esse número subiu para 10x, e a média da NBA chegou a 12,9x.
Independentemente da forma de calcular, são ótimas notícias para os proprietários que compraram seus times há um quarto de século. O bilionário herdeiro da Johnson & Johnson, Woody Johnson, pagou US$ 635 milhões pelos New York Jets em 2000 — então o terceiro maior preço da história por um time (cerca de US$ 1,2 bilhão ajustado pela inflação). Agora, a franquia é avaliada em US$ 8,1 bilhões.
Stan Kroenke fez negócio ainda melhor em 2000 ao comprar Denver Nuggets e Colorado Avalanche, além da arena, por cerca de US$ 450 milhões. Hoje, as duas equipes, sem incluir o imóvel, valem pouco menos de US$ 6 bilhões — e o império esportivo de Kroenke se expandiu com aquisições do Rams, do Arsenal (Premier League) e do Colorado Rapids (MLS), entre outros clubes.
Investidores que apostaram em um time esportivo — quase sem exceção — marcaram um golaço.
METODOLOGIA
Este ranking reflete as avaliações da Forbes de times da MLB, NBA, NFL e NHL de 2000 a 2025. Seis franquias foram excluídas por não existirem em 2000: Charlotte Hornets (NBA), Houston Texans (NFL) e Columbus Blue Jackets, Minnesota Wild, Seattle Kraken e Vegas Golden Knights (NHL). Em casos de rebranding ou mudança de cidade, as franquias são consideradas uma única entidade (por exemplo, o New Orleans Pelicans remonta aos Hornets de New Orleans, Oklahoma City e Charlotte; para este ranking, o Charlotte Hornets atual é tratado como franquia de expansão separada).
Os valores são enterprise value (equity + dívida líquida) e incluem a economia do estádio/arena de cada time, mas não o valor do imóvel em si. Da mesma forma, incluem direitos de RSNs de propriedade do time, mas não o valor desses RSNs; participações em outros ativos esportivos e projetos de uso misto também são excluídas. Todos os valores em dólares americanos.
Para compor as avaliações, a Forbes analisa dados de transações recentes e conversa com executivos de times e ligas, proprietários, investidores institucionais, banqueiros de investimento, assessores e consultores. A Forbes também revisa documentos públicos, como contratos de arrendamento de arenas e títulos, e consulta estudos do setor.
