A atriz Paolla Oliveira (43) voltou a chamar atenção ao comentar a pressão que recebe para engravidar. A artista afirmou que, durante anos, sentiu vergonha de admitir que talvez não quisesse ser mãe, um sentimento que, segundo ela, foi alimentado pela cobrança social e até por julgamentos dentro do próprio meio artístico.
A declaração repercutiu nas redes, e CARAS Brasil conversou com a médica especialista em saúde mental materna, Dra. Luana Carvalho, que destacou como relatos como o de Paolla ajudam a romper tabus ainda muito presentes na vida das mulheres. “O caso da Paolla mostra como a pressão pela maternidade ainda é cruel”, diz médica
Segundo a médica, o relato da atriz exemplifica o peso que muitas mulheres sentem, especialmente após os 35 anos. “O caso da Paolla é extremamente representativo. Muitas mulheres chegam ao consultório já fragilizadas por essa cobrança externa. É uma pressão que vem da sociedade, da família e, muitas vezes, de forma velada. A fala dela joga luz sobre algo que ainda é muito silencioso”, afirma.
Pressão sobre maternidade
A médica explica que, apesar dos avanços, a maternidade ainda é culturalmente vista como destino natural da mulher e isso pode gerar sofrimento real. “Quando a mulher sente que precisa corresponder a expectativas que não são suas, surgem ansiedade, culpa e até vergonha, como a própria Paolla descreveu. É um impacto emocional profundo, que precisa ser acolhido”, fala.
Autonomia feminina é prioridade. A especialista reforça que a decisão de ter ou não ter filhos deve partir única e exclusivamente da mulher. “A maternidade é uma escolha, não uma obrigação. O corpo é dela, o tempo é dela, o desejo é dela. Nenhuma mulher deve explicações sobre isso, nem para a família, nem para a sociedade, nem para a imprensa”, destaca.
Ela lembra que, quando desejado, o planejamento reprodutivo moderno oferece alternativas, como congelamento de óvulos, mas o ponto central é que a mulher não se sinta forçada a fazer nada por pressão.
O impacto emocional da cobrança
A Dra. Luana observa que esse tipo de pressão pode afetar diretamente o bem-estar e causa sensação de inadequação, baixa autoestima, angústia por não corresponder a um papel esperado e decisões impulsivas, tomadas por medo de julgamentos
“A fala da Paolla escancara exatamente isso: o quanto a cobrança pode minar a segurança emocional de mulheres que estão apenas vivendo suas escolhas”, afirma.
Quando figuras públicas falam, outras mulheres se fortalecem. Para a médica, relatos como o da atriz têm grande impacto social.
“Quando uma figura tão querida como a Paolla expõe sua vulnerabilidade, ela valida sentimentos que muitas mulheres guardam só para si. Ela ajuda a normalizar escolhas que fogem do roteiro tradicional, e isso é muito importante”, opina. “Ser mãe não define o valor de uma mulher”, complementa.
Em tom direto, a especialista lembra: “Mulheres são completas com filhos ou sem filhos. A maternidade não é termômetro de feminilidade, sucesso ou realização pessoal”, finaliza.
