Home » Paula Fernandes compartilha trajetória contra a enxaqueca; entenda impactos e estratégias para retomar a qualidade de vida

Paula Fernandes compartilha trajetória contra a enxaqueca; entenda impactos e estratégias para retomar a qualidade de vida

by admin

  • Enxaqueca: saiba quais hábitos transformam a dor de cabeça em um problema crônico
  • Sofre com enxaqueca? Descubra o que funciona, ajuda ou piora no tratamento para as dores de cabeça

“Hoje é um dia especial. 11 de novembro, a data em que minha vida começou a ganhar cor de novo. Naquele dia, eu entrei na clínica sem imaginar que estava também atravessando um portal, o início de uma nova fase da minha vida. Uma fase leve, sem dor, com liberdade para sonhar, criar e ser quem eu sou de verdade. Foi tão simbólico e transformador que decidi dar esse nome ao meu projeto: 11:11, um lembrete de recomeço, gratidão e esperança”, desabafou a artista.

A sertaneja não está sozinha nessa jornada. O neurologista Tiago de Paula, especialista em Cefaleia pela Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP) e membro da International Headache Society (IHS) e da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), destaca que o tratamento vai muito além do alívio imediato dos sintomas.

“Quando falamos no tratamento da enxaqueca, buscamos não só reduzir a dor física, mas devolver qualidade de vida para esse paciente. O tratamento envolve o uso de medicamentos como anticorpos monoclonais Anti-CGRP, betabloqueadores, anticonvulsivantes e toxina botulínica, além de manejo no estilo de vida, principalmente com acompanhamento multidisciplinar, e afastamento de substâncias que atuam como cronificadores (chás estimulantes, café e chocolate). Atuando no controle da doença, diminuímos fortemente os impactos da enxaqueca”, detalha.

O especialista ressalta que os efeitos da condição se estendem para outras áreas da vida do paciente. “O impacto vai além da dor intensa e recorrente, refletindo-se no bem-estar emocional, nas relações pessoais, na vida profissional e até nas finanças”, alerta.

Para o médico, o aspecto emocional é especialmente delicado. “A frustração por perder momentos importantes e a sensação de falta de controle sobre o próprio corpo também estão ligadas a quadros de depressão e baixa autoestima. Ambas as condições compartilham alterações em neurotransmissores como a serotonina, fundamentais para o equilíbrio do humor e para a modulação da dor. Além disso, a imprevisibilidade das crises, a intensidade dos sintomas e as limitações impostas na rotina podem gerar sentimentos de impotência, de isolamento e de frustração, que favorecem o desenvolvimento ou a piora de quadros depressivos. Trata-se, portanto, de uma relação de mão dupla: a enxaqueca aumenta o risco de depressão, enquanto a depressão pode intensificar a percepção da dor e a frequência das crises”, esclarece.

Os efeitos sociais também são significativos. “Muitos pacientes evitam eventos, viagens ou encontros familiares por receio de desencadear uma crise ou por não conseguirem lidar com os sintomas em público. Para aliviar os sintomas, pessoas com enxaqueca frequentemente se retraem, procurando um ambiente escuro e silencioso, o que pode ser interpretado como um afastamento social”, acrescenta Dr. Tiago, lembrando que isso ocorre ainda mais em casos de fotofobia, fonofobia ou hiperacusia (sensibilidade a sons).

No ambiente profissional, a doença compromete presença e desempenho. “Pessoas com crises frequentes podem ter dificuldade em manter o mesmo rendimento no trabalho, precisando se ausentar devido à dor, à sensibilidade à luz e ao som, ou à necessidade de repouso. Isso prejudica não apenas o desempenho individual, mas também as relações dentro da equipe. A enxaqueca frequente afeta diversas áreas: capacidade de lembrar, redução de foco, dificuldade de tomar decisões rápidas ou realizar tarefas físicas exigentes”, observa.

O impacto financeiro também é relevante. “Há custos indiretos relacionados à perda de dias de trabalho e de oportunidades profissionais. Além disso, financeiramente falando, há custos diretos com consultas médicas, exames e medicamentos de uso crônico”, comenta Dr. Tiago de Paula. “Por tudo isso, a enxaqueca não deve ser vista como uma dor episódica, mas como uma condição crônica que exige diagnóstico adequado e acompanhamento contínuo.”

Embora a enxaqueca crônica não tenha cura, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. “A avaliação individual é essencial para recomendação do plano de tratamento mais adequado para cada caso. O médico também poderá auxiliar na identificação de gatilhos e fatores cronificadores da doença, o que é fundamental para o controle das crises”, conclui.

Créditos

You may also like