A próxima eleição presidencial, que ocorrerá em 2026, promete trazer uma nova configuração no cenário político nacional, com a possibilidade de uma reedição da polarização vista em 2022, porém com novos protagonistas. Durante o programa especial “Perspectivas 2026” da CNN Brasil, as âncoras Thais Herédia, Tainá Falcão e Elisa Veeck discutiram os possíveis desdobramentos e estratégias dos principais atores políticos para a disputa.
Um dos pontos mais destacados no debate foi a ascensão do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como potencial candidato da direita para enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Conforme apontado durante a discussão, pesquisas recentes mostram Flávio com melhor desempenho do que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que até então era considerado o nome mais provável para representar o campo conservador.
Tarcísio e o dilema entre São Paulo e a presidência
Thais Herédia apresentou uma análise sobre a posição estratégica do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo ela, o atual governador paulista tem uma reeleição praticamente garantida em São Paulo, onde mantém alta aprovação e baixa rejeição. “Muito difícil conseguir vencer Tarcísio, que aqui em São Paulo tem aprovação alta, rejeição baixa e caminha tranquilamente para uma reeleição”, comentou Herédia ao analisar um possível cenário de disputa entre Tarcísio e Fernando Haddad pelo governo paulista.
A especialista também apontou que Tarcísio poderia optar por não concorrer à presidência em 2026 por razões estratégicas: “Deixa o PT ganhar e arrumar a própria bagunça, depois você tem a reeleição de São Paulo garantida”. Além disso, foi destacado que assumir a presidência em 2026 significaria enfrentar um período de necessária austeridade fiscal, o que poderia desgastar politicamente qualquer novo governante.
Polarização e estratégias eleitorais
Tainá Falcão ressaltou que a eleição de 2026 tende a ser uma reedição da polarização vista em 2022. “Se Flávio Bolsonaro for mesmo o candidato, vai ser Bolsonaro versus Lula para os dois campos”, afirmou, destacando que existe um certo “conforto” nessa disputa porque “já se sabe qual é o comportamento, a aposta”.
Um aspecto importante destacado durante a discussão foi o impacto dessa polarização nas eleições para governos estaduais e para o Senado. Segundo as especialistas, os candidatos a esses cargos terão que se posicionar claramente em um dos lados da polarização, já que “ficar no meio, numa eleição majoritária, é um risco”. Foi apontado que, embora se fale muito sobre o desejo do eleitor por candidatos de centro, as pesquisas ainda mostram preferência por posições mais definidas à esquerda ou à direita.
Para o Legislativo, foi mencionada a tendência de uma renovação significativa na Câmara dos Deputados, com estimativas de cerca de 50% de novos parlamentares. No entanto, foi ressaltado que essa renovação não necessariamente significa uma mudança no espectro político, podendo haver apenas uma substituição de nomes dentro dos mesmos campos ideológicos.
