RIO — A migração de indústrias para o mercado livre de gás natural ganhou tração em 2025 e já movimenta mais de 13 milhões de m³/dia, estima a Wood Mackenzie.
De acordo com levantamento da consultoria, o desenvolvimento do mercado livre envolve seis principais comercializadores, mas tem se concentrado em, sobretudo, três deles: Petrobras, Galp e Edge capturaram, juntas, 68% dos contratos assinados até setembro.
O relatório da Wood Mackenzie mostra, ainda, uma clara segmentação de mercado entre os agentes. Os líderes de mercado adotam estratégias diferentes:
- a Petrobras domina grandes contratos: quase 70% deles para entrega de mais de 100 mil m³/dia;
- a Galp foca em volume por meio de negócios menores, com a maioria dos contratos fechados com consumidores de até 50 mil m³/dia;
- e a Edge mantém um portfólio mais diversificado, mas com a maioria dos contratos na faixa dos 50 mil a 100 mil m3/dia.
A Wood Mackenzie destaca que Galp, Shell e Edge conquistaram participação de mercado durante a fase inicial de migração, mas que a Petrobras tem liderado as vendas industriais desde março deste ano.
O perfil do mercado livre de gás no Brasil
A seguir, a agência eixos faz um perfil do mercado livre de gás no Brasil, com base nos dados da Wood Mackenzie:
- O mercado livre de gás movimenta 13,3 milhões de m³/dia, entre 68 clientes industriais;
- Os grandes clientes industriais, com patamar de consumo acima de 200 mil m³/dia, concentram cerca de 65% do volume migrado para o mercado livre;
Ceramistas lideram o movimento. O setor representa 40% do número de empresas que migaram para o mercado livre.
É também o segmento líder em volume, ao lado da indústria siderúrgica. Cada um dos setores têm 3,3 milhões de m³/dia contratados no ambiente livre.
Contratos ainda são curtos. Com um mercado ainda em fase de amadurecimento, a maioria dos contratos tem duração de até três anos no mercado livre de gás no Brasil.
A expectativa é que a concorrência entre fornecedores provavelmente se intensificará
A geografia do mercado livre. A região Sudeste continua dominante, ao concentrar 89% dos volumes contratados no mercado livre.
O Sul pode se tornar o próximo foco de migrações, enquanto o Nordeste apresenta barreiras maiores, devido aos níveis de preços estruturalmente mais competitivos das distribuidoras locais.
