A Polícia Federal investiga o envolvimento de prefeitos maranhenses em um suposto esquema de desvio de recursos públicos, após a prisão de um casal flagrado com R$ 700 mil em espécie na porta do Banco do Brasil de Zé Doca, na tarde de sexta-feira (24).
Fontes ligadas à investigação apontam que o dinheiro teria origem em contratos de fornecimento de gêneros alimentícios firmados com as prefeituras de Pedro do Rosário e Governador Newton Bello. As apurações preliminares indicam que R$ 400 mil seriam destinados ao prefeito de Pedro do Rosário, Toca Serra, e R$ 300 mil ao prefeito de Governador Newton Bello, Daniel Sena.
Nos bastidores, aponta-se que o prefeito Toca Serra teria adquirido a residência do ex-prefeito Márcio Weba e estaria articulando a pré-candidatura do irmão, Irlan Serra, para disputar as próximas eleições municipais em Araguanã. Há indícios de que o montante apreendido pela Polícia Federal poderia ter sido destinado ao financiamento inicial da campanha do irmão, como parte de uma estratégia política para fortalecer o grupo de Serra na região.
Durante a abordagem, o casal apresentou versões contraditórias sobre a origem do dinheiro, alegando tratar-se de valores provenientes de um financiamento bancário. As justificativas foram consideradas inconsistentes pelos policiais, que deram voz de prisão em flagrante.
Os celulares e dispositivos eletrônicos apreendidos estão sob perícia, e a PF já possui informações detalhadas sobre o fluxo financeiro que pode revelar o envolvimento direto de agentes públicos e gestores municipais.
Os detidos permanecem sob custódia, à disposição da Justiça Federal.
