A Polícia Federal fez buscas contra o senador Weverton Rocha (PDT-MA) nesta quinta-feira (18) em nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes em descontos sobre aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Weverton é líder do PDT e vice-líder do governo Lula (PT) no Senado. Ele é relator da indicação de Jorge Messias, advogado-geral da União, ao Supremo, e do projeto de lei que revê a Lei do Impeachment.
As buscas foram realizadas em endereços ligados ao senador, em Brasília (DF) e no Maranhão. Não foram realizadas diligências no Congresso Nacional. Também foram cumpridos mandados contra outros alvos em São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Minas Gerais.
Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão. A ação contou com parceria da CGU (Controladoria-Geral da União) e foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça, relator do caso. Os crimes sob investigação são inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário e apropriação indevida de patrimônio de terceiros.
Conforme a decisão de Mendonça, Weverton teria se beneficiado dos valores ilícitos provenientes dos descontos associativos fraudulentos, além de manter relações próximas com os integrantes da organização criminosa que desviou recursos do INSS.
Segundo a PF, o senador maranhense teria atuado “como beneficiário final (‘sócio oculto’) de operações financeiras estruturadas pela organização criminosa, recebendo recursos ou benefícios por meio de interpostas pessoas, alguns seus assessores parlamentares”.
Também foi alvo de buscas e de prisão preventiva o advogado Éric Fidelis, filho do ex-diretor do INSS André Fidelis que havia sido preso na fase anterior da operação.
A Sem Desconto também mirou o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, que já foi assessor de Weverton e trabalhou em cargos do Congresso Nacional ligados a políticos do PDT. Ele foi alvo de prisão preventiva em regime domiciliar e de afastamento do cargo.
Também foi preso Romeu Carvalho Antunes, filho mais velho e sócio do empresário Antônio Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Em nota, Weverton Rocha disse que “recebeu com surpresa a busca na sua residência”. “Com serenidade se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas assim que tiver acesso integral a decisão”, diz o texto.
As defesas dos demais alvos da PF não foram localizadas. O espaço segue aberto para manifestação.
