O policial militar Henrique Velozo, absolvido pela Justiça pela morte do lutador Leandro Lo, apareceu em vídeo nas redes sociais. Ele se pronunciou após o julgamento e direcionou uma mensagem à família do atleta.
Na última sexta-feira (14), o policial militar Henrique Velozo, acusado de matar o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, foi absolvido pela Justiça. Em um novo vídeo que circula nas redes sociais, o PM se manifestou sobre o caso, ocorrido em 2022, e pediu perdão à família da vítima.
Na gravação, Velozo fala sobre o período em que esteve preso e afirma ter se convertido durante o encarceramento. “Eu vim aqui para pedir perdão. Estive durante três anos e três meses encarcerado e hoje posso dizer que tive uma experiência única, um encontro genuíno com um Deus forte, um Deus poderoso, que eu já conhecia, mas que agora posso afirmar com toda certeza e convicção que está comigo e na minha vida”, declara.
Em seguida, o policial diz que, por conta dessa transformação espiritual, sentiu a necessidade de se dirigir aos familiares de Leandro. “Em nome d’Ele, eu preciso fazer um pedido — um pedido de perdão aos familiares, à mãe, ao pai, à irmã, aos amigos e a todas as pessoas que amavam Leandro Lo”, afirmou.
Velozo também apresentou sua versão sobre o ocorrido, tentando justificar o disparo que matou o lutador. “Gostaria de esclarecer que, nesse dia trágico, fui colocado em um limite no qual eu não gostaria de estar. Infelizmente, tive que sujar as minhas mãos para preservar a minha vida”, alegou.
Ele encerrou o vídeo reforçando o pedido: “Peço perdão a todos, não em meu nome, mas em nome de Deus, que é misericordioso e justo. Que Ele possa confortar e consolar o coração de todos”. Assista abaixo:
PM pede perdão aos familiares de Leandro Lo pic.twitter.com/99MLNZqO68
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) November 17, 2025
Leandro Lo morreu em 7 de agosto de 2022, após um show do grupo Pixote no Clube Sírio, em São Paulo. O policial, que estava de folga e sem uniforme, discutiu com o lutador, e a briga evoluiu para agressões físicas. Velozo atirou contra a cabeça de Lo, que foi socorrido com vida, mas morreu ao chegar ao hospital.
O PM teve a prisão decretada e se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar, permanecendo preso preventivamente por mais de três anos. Ele respondia por homicídio doloso triplamente qualificado — por motivo torpe, perigo comum e recurso que dificultou a defesa da vítima.
O pedido de perdão ocorreu após sua absolvição. A maioria dos jurados acatou a tese da defesa de que o policial agiu em legítima defesa. Após a decisão, Velozo foi solto no sábado (15) e deve retornar à corporação nos próximos dias.
A mãe de Leandro Lo, Fátima Lo, acompanhou o julgamento e lamentou o resultado nas redes sociais. Em um vídeo, ela classificou a sentença como “impunidade”. “[O sentimento é de] tristeza, indignação. (…) Ontem enterrei o Leandro pela segunda vez. Foi uma tristeza tão grande. Fomos humilhados, massacrados pela defesa”, desabafou.
Fátima Lo, mãe do campeão de jiu-jítsu Leandro Lo, morto em 2022, desabafou neste sábado (15) após a absolvição do PM Henrique Velozo. O policial, preso pelo homicídio, foi libertado hoje após o júri decidir que ele agiu em legítima defesa. pic.twitter.com/wsJsnZmqIr
— iG (@iG) November 15, 2025
O Ministério Público, responsável pela acusação, informou que irá recorrer da sentença. Sem detalhar os motivos, o promotor João Carlos Calsavara afirmou que o júri foi “complicado” e pode até vir a ser anulado no futuro.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques
