MÁRIO ANDREAZZA
REDAÇÃO G5
A Polícia Civil de Goiás deflagrou, nas primeiras horas desta terça-feira (4), a Operação Inimigo do Estado, uma das maiores ações de combate ao crime organizado no Estado neste ano. A ofensiva, coordenada pela Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), cumpre 61 mandados de busca e apreensão em sete estados — Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Maranhão, Paraíba, Amazonas e Tocantins — e mira uma facção criminosa goiana suspeita de movimentar mais de R$ 630 milhões em contas bancárias de laranjas e empresas de fachada.
Segundo a corporação, os valores são oriundos de lavagem de dinheiro e atividades ilícitas ligadas à organização, que mantém conexão com outras facções nacionais e internacionais. A investigação revelou a existência de uma estrutura financeira sofisticada, projetada para disfarçar o lucro obtido com o tráfico de drogas e outros crimes, utilizando “testas de ferro” e empresas fantasmas para movimentar os recursos em diferentes estados.
Só em Goiás, mais de 150 policiais civis participam da operação, com apoio de equipes de pelo menos nove delegacias especializadas. O ponto de partida foi a Academia da Polícia Civil, de onde comboios começaram a sair entre 3h e 3h30 da madrugada com destino a endereços investigados na capital e no interior. Ao longo da manhã, diversas viaturas retornaram à delegacia, trazendo documentos, equipamentos eletrônicos e suspeitos detidos durante o cumprimento das ordens judiciais.
De acordo com informações repassadas à reportagem, dois suspeitos já foram autuados e outros dois devem ser presos em flagrante ainda hoje. A movimentação em frente à sede da Polícia Civil, em Goiânia, é intensa desde as primeiras horas da manhã, com a chegada constante de novas equipes e materiais apreendidos.
As buscas contam com o apoio operacional das Polícias Civis dos sete estados envolvidos, numa ação coordenada que busca desarticular a cadeia financeira e logística da facção. Os investigadores apuram, também, a existência de relações comerciais e financeiras com organizações criminosas de outros países, o que pode expandir o alcance da operação para além do território nacional.
Em nota, a Polícia Civil destacou que o nome “Inimigo do Estado” foi escolhido para simbolizar o enfrentamento direto a estruturas criminosas que desafiam o poder público e buscam se infiltrar em setores econômicos legítimos. A corporação informou ainda que mais desdobramentos são esperados nos próximos dias, com novas medidas judiciais sendo analisadas.
A Draco deve conceder uma coletiva de imprensa ainda nesta terça-feira para detalhar os resultados parciais e apresentar o balanço das apreensões realizadas até o momento.
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