O policial militar Henrique Velozo decidiu romper o silêncio e falou abertamente sobre o episódio que resultou na trágica morte do campeão mundial de jiu-jítsu, Leandro Lô. Nesta segunda-feira, 15/12, ele concedeu uma entrevista ao LeoDias TV, onde detalhou o dia do crime e todo o processo judicial.
Na conversa, ele rebateu as alegações apresentadas pelas testemunhas do crime, amigos de Leandro Lô. Na ocasião, disseram que tudo começou com provocações do policial, dentro da casa noturna, na zona Sul de São Paulo, na madrugada daquele domingo, 7 de agosto de 2022.
“Essa primeira versão foi trazida justamente por amigos dele, após terem sido ouvidos várias vezes e foram alterando a versão, justamente para tentar dar alguma legitimidade na ação deles e colocar a culpa em mim, mas nada disso aconteceu (…) Então isso não aconteceu. Essa versão foi construída pelos amigos da vítima, que são testemunhas do caso, justamente para dar legitimidade à agressão que eu sofri”, declarou.
Ao relembrar o início da briga, ele afirma ter tentado apaziguar a situação na boate, mas logo foi surpreendido por um golpe de jiu-jítsu que o fez cair e ser “apagado” em um mata-leão, o que o fez identificar o lutador.
Em seguida, ao acordar, Velozo diz ter sofrido uma segunda agressão. Ele alega que estava em desvantagem absoluta, cercado por pelo menos oito lutadores, incluindo cinco faixas pretas, enquanto o processo indica apenas quatro amigos com Lô.
Leia mais: Tenente absolvido na morte de Leandro Lo retoma funções na PM
Foi proposital?
Na sequência, quando questionado sobre o tiro na cabeça, Velozo defende sua reação, alegando que foi o único meio que tinha para se defender em segundos, cercado por lutadores e temendo ter sua arma tomada.
Velozo acredita que o ataque foi motivado por um encontro anterior em outra boate, meses antes, onde Leandro Lô teria se incomodado com uma abordagem policial feita por ele. O policial afirma que nunca quis um desfecho trágico e que se arrepende da perda de vida, mas que agiu para se preservar.
“A gente não sai na noite, principalmente sendo policial, para matar alguém, ainda mais alguém que não é criminoso, mas também a gente não sai para morrer e para apanhar como um policial especificamente (…) Então eu me arrependo sim do desfecho trágico”, encerrou.
Leia também: Mãe de Leandro Lo reage após absolvição de PM que matou lutador: ‘Enterrei meu filho pela segunda vez’
