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Por que ChatGPT está sendo processado após morte de idosa

by admin

Processo apresentado por um escritório de advocacia, em Connecticut, nos Estados Unidos, reacendeu uma polêmica que, certamente, será alvo de muitos debates. O ChatGPT está sendo acusado de ter estimulado um homicídio.

A ação alegou que a ferramenta reforçou delírios paranoicos de Stein-Erik Soelberg, ex-executivo de tecnologia de 56 anos, fazendo com que ele assassinasse a própria mãe, Suzanne Eberson Adams, de 83 anos, antes de tirar a própria vida.

O advogado Jay Edelson falou em manipulação psicológica e classificou o caso como “mais assustador que o Exterminador do Futuro” e declarou, em entrevista ao NY Post: “Isto não é o Exterminador do Futuro, nenhum robô pegou numa arma. É muito mais assustador: é o Vingador do Futuro”.

A acusação apontou que a Open AI, sua investidora Microsoft, criadora do ChatGPT, e Sam Altman, seu fundador, teriam ignorado medidas de segurança com o objetivo de acelerar o lançamento do sistema, o que teria contribuído para a deterioração psicológica de Soelberg.

O homem vinha conversando havia meses com o chatbot a respeito do seu medo de estar sendo vigiado e de que pessoas estariam tentando matá-lo. Os diálogos de Soelberg com o ChatGPT o convenceram de que ele tinha tornado o chatbot consciente e de que tinha sido implantado com um “sistema de instrumento divino” no pescoço e no cérebro, relacionado a uma “missão divina”.

A queixa, com essas alegações, foi apresentada, nesta quinta-feira (11), ao Tribunal Superior da Califórnia, em São Francisco, onde fica a sede da OpenAI.

“O ChatGPT manteve Stein-Erik engajado por horas a fio, ao que tudo indica, validando e ampliando cada nova crença paranoica e reinterpretando sistematicamente as pessoas mais próximas a ele — especialmente sua própria mãe — como adversários, agentes ou ameaças programadas”, destacaram os advogados do espólio de Suzanne.

O processo se junta a muitos outros que enquadram a empresa de inteligência artificial sob alegações de que a tecnologia por trás do chatbot estimula delírios em determinados usuários.

O caso Soelberg é o primeiro a responsabilizar diretamente a OpenAI por um homicídio. A empresa já se defende de um processo que alega que o ChatGPT orientou um estudante do ensino médio da Califórnia a se matar.

A OpenAI nega irregularidades, dizendo que o chatbot direcionou o adolescente a buscar ajuda mais de 100 vezes.

O histórico do caso

Soelberg residia com a mãe na casa dela, desde que se divorciou, em 2018. Em 3 de agosto, ele espancou e estrangulou Suzanne e depois se esfaqueou no pescoço e no peito, de acordo com informações do processo.

A ação destacou que o chatbot confirmou as crenças falsas de Soelberg de que ele estava sendo espionado, principalmente pela mãe, usando uma impressora de computador que piscava quando ele passava por perto.

O ChatGPT também teria reforçado os delírios de Soelberg de que pessoas estavam tentando matá-lo, dizendo que ele havia sobrevivido a “mais de 10” tentativas de assassinato, incluindo “sushi envenenado no Brasil”, de acordo com a queixa.

O processo acusa a OpenAI de responsabilidade por produto, negligência e homicídio culposo. Os advogados do espólio buscam indenizações financeiras, além de uma ordem judicial determinando que a empresa implemente proteções para limitar danos causados por seu chatbot, de acordo com informações da Bloomberg.

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