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Potência azul: como o investimento bilionário da China em tecnologia fez o mar registrar um PIB surpreendente

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O avanço acelerado da economia marinha transformou o mar em um dos principais vetores de crescimento da China, impulsionado por investimentos em tecnologia, planejamento estatal e expansão industrial. Em 2024, o Produto Oceânico Bruto (POB) do país ultrapassou pela primeira vez a marca de 10 trilhões de yuans (cerca de 1,4 trilhão de dólares), mais que o dobro do registrado em 2012, segundo dados oficiais.

O desempenho consolidou a economia marinha como um pilar relevante do crescimento chinês. Apenas nos três primeiros trimestres de 2025, o POB somou 7,9 trilhões de yuans, com alta de 5,6% na comparação anual. No primeiro semestre de 2025, o crescimento foi de 5,8%, totalizando 5,1 trilhões de yuans, de acordo com estimativas preliminares.

Autoridades chinesas atribuem o avanço à combinação entre inovação tecnológica, políticas industriais de longo prazo e integração entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental. Durante um encontro recente da Comissão Central de Assuntos Financeiros e Econômicos, a liderança chinesa destacou a necessidade de promover o desenvolvimento de alta qualidade da economia marinha como parte do processo de modernização do país.

A China possui uma costa continental superior a 18 mil quilômetros e administra uma área marítima de cerca de 3 milhões de quilômetros quadrados. Ao longo desse litoral, centenas de baías — como Bohai, Hangzhou e o Golfo de Beibu — concentram atividades econômicas estratégicas e ecossistemas considerados prioritários.

Segundo Shen Jun, do Ministério dos Recursos Naturais, o governo pretende fortalecer o planejamento integrado dessas regiões, promovendo a coordenação entre terra e mar. “Essas áreas são centros vitais de atividade econômica costeira, além de possuírem grande valor ecológico e cultural”, afirmou Shen em entrevista à Xinhua.

O país também aposta em avanços tecnológicos para sustentar o crescimento do setor. Estão entre as prioridades o desenvolvimento de tecnologias marítimas estratégicas, a modernização da indústria naval, a expansão da dessalinização da água do mar, o uso de energia oceânica e o avanço da biomedicina marinha.

De acordo com Ma Weichen, da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, a China já conta com o sistema industrial marinho mais completo do mundo, abrangendo 15 grandes setores. Na construção naval, estaleiros chineses lideraram o ranking global em 2024 em volume de entregas, novas encomendas e carteira de pedidos, respondendo por mais de 70% das novas ordens no mercado internacional.

Dados oficiais indicam ainda que a China concentrou cerca de um terço do volume global de transporte marítimo e de movimentação de contêineres em 2024, enquanto sua participação no mercado mundial de equipamentos navais e offshore superou 50%.

Além do mercado interno, o país vem ampliando sua presença internacional. A China mantém acordos de cooperação marítima com mais de 50 países e organizações internacionais, participa de expedições científicas multinacionais e promove programas de capacitação em governança oceânica voltados a países em desenvolvimento.

Autoridades afirmam que o fortalecimento da cooperação internacional é parte essencial da estratégia para garantir o desenvolvimento sustentável dos oceanos, ao mesmo tempo em que a economia azul chinesa segue como um dos motores de crescimento do país nos próximos anos.

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