GUILHERME MARTINS
REDAÇÃO G5
A Polícia Civil de Goiás prendeu, nesta quarta-feira (5), um produtor rural no centro de um esquema sofisticado de fraudes financeiras. A operação, batizada de “Título Cego”, estima que a quadrilha chefiada pelo suspeito tenha movimentado de forma ilegal mais de R$ 20 milhões entre os anos de 2024 e 2025. A ação foi deflagrada pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Santa Helena, que também cumpriu dois mandados de busca e apreensão.
O delegado Luís Antônio de Jesus Santos, responsável pela investigação, detalhou que o principal método da fraude era a captação ilegal de recursos. O produtor teria conseguido cerca de R$ 10 milhões em empréstimos e financiamentos, alegando que o dinheiro seria usado para custear a produção de soja e milho. Para dar garantia aos empréstimos, ele usava o nome e o aval de terceiros, muitas vezes sem o conhecimento deles.
O esquema envolvia a manipulação de vários documentos e a articulação com diferentes setores, como instituições financeiras e lojas de máquinas agrícolas.
Além disso, a polícia identificou que o suspeito realizava:
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Falsificação de Documentos: Assinaturas em duplicatas mercantis e cheques falsos, somando mais de R$ 1,5 milhão.
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Veículos Fraudados: O criminoso obteve ilegalmente mais de R$ 400 mil ao usar veículos de terceiros como garantia de empréstimos (alienação fiduciária), sem que os verdadeiros donos soubessem.
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Cheques Alheios: Ele usava cheques de outras pessoas para conseguir empréstimos pessoais.
Vantagem Ilegal de R$ 20 Milhões
Mesmo com a colheita da safra 2024/2025 tendo sido positiva, resultando em um faturamento estimado em mais de R$ 10 milhões com a venda de grãos, o produtor não teria pago suas dívidas.
Ao somar o dinheiro captado de forma fraudulenta para o custeio da produção com as receitas geradas pela venda da safra, a Polícia Civil concluiu que o lucro ilícito (vantagem indevida) obtido pelo produtor superou a marca dos R$ 20 milhões.
O delegado Luís Santos afirmou que as ações do suspeito podem ser enquadradas em crimes como estelionato, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica, entre outros delitos que seguem sendo apurados. A operação visa desmantelar por completo as atividades ilícitas que causaram prejuízos a diversos credores e parceiros comerciais no setor rural.
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