Uma das grandes promessas da seleção marroquina, Neil El Aynaoui cresceu com o pai, Younes, jogando tênis. Mas apesar do sucesso dele, que chegou a ser 14º no ranking mundial em 2003, o filho escolheu o futebol.
Essa decisão levou o jogador de 24 anos ao maior momento de sua carreira: seu primeiro grande torneio continental, a Copa Africana de Nações, que começou no domingo (21).
Depois de despontar como um dos talentos mais promissores da Ligue 1 pelo Lens, El Aynaoui acertou sua transferência para a AS Roma em julho, assinando um contrato de cinco anos após duas temporadas de destaque na França, em que disputou 49 partidas da liga e marcou nove gols.
“Sempre gostei mais de futebol do que de tênis, e meu pai me incentivou a seguir minha paixão”, lembrou ele ao site da Roma.
Iniesta é inspiração
Neil conta que veste a camisa número oito em homenagem ao ídolo do Barcelona e da Espanha, Andrés Iniesta.
“Desde criança, eu adorava o Iniesta. Ele é minha inspiração. Tento acompanhar a criatividade dele”, declarou.
Nascido em Nancy, na França, Aynaoui passou pelas categorias de base do clube local antes de se juntar ao Lens em 2023.
Seu estilo dinâmico e sua versatilidade chamaram a atenção da Roma, e a mudança para a Serie A aprimorou sua consciência tática.
“(O futebol italiano) É completamente diferente do futebol francês. Não sei se vou marcar tantos gols, mas tenho confiança de que vou ajudar o time mesmo sem marcar. Os números não são a coisa mais importante, o mais importante é dar tudo de si”, defendeu o jogador.
Aynaoui fez sua estreia pela seleção do Marrocos neste ano e já soma sete partidas, incluindo como titular na vitória de domingo (21) sobre Comores, na abertura da campanha do país na Copa Africana de Nações.
Na sequência, o Marrocos enfrenta Zâmbia e Mali, com expectativa de públicos recordes após a surpreendente campanha até a semifinal da Copa do Mundo de 2022.
O sorteio da Copa do Mundo do próximo ano colocou o Marrocos frente a frente com o Brasil no jogo de abertura do grupo C, antes de enfrentar Escócia e Haiti.
“É um sonho realizado. Enfrentar o Brasil em uma Copa do Mundo é algo que desejo desde a infância. O Brasil tem uma geração excepcional e talentos individuais incríveis. Nosso grupo também é difícil, com Escócia e Haiti.”
Mas a ambição de El Aynaoui vai muito além da fase de grupos.
“A conquista histórica do Marrocos no Catar mudou a forma como o mundo vê o futebol africano”, afirmou. “Depois de 2022, as coisas são diferentes. As seleções africanas podem ir longe, não estamos mais aqui apenas para participar.”
