O início da manhã desta quinta-feira (27) foi marcado por tensão na Estrada de Ribamar (MA-201), na região do Ubatuba, onde moradores bloquearam totalmente o trânsito em protesto contra a remoção de um assentamento realizada no dia anterior. A frase-chave foco desta matéria é: protesto bloqueia Estrada de Ribamar.
Segundo relatos de quem vive na área, a operação de retirada das famílias ocorreu na quarta-feira (26) e teria sido conduzida com truculência por forças policiais. Moradores afirmam que foram surpreendidos pela chegada das equipes, que buscavam liberar o terreno para a derrubada das casas consideradas irregulares. Muitas pessoas dizem que não receberam aviso prévio, não tiveram tempo para retirar seus pertences e sentiram medo diante da forma como a ação foi conduzida.
O protesto começou nas primeiras horas do dia, ainda antes do pico de movimentação na rodovia, e rapidamente paralisou a circulação de veículos. Para chamar a atenção das autoridades, os manifestantes queimaram objetos na pista, gerando uma densa fumaça que tomou parte da MA-201 e deixou o trânsito completamente travado. Motoristas ficaram presos por longos períodos, sem rotas alternativas, enquanto a comunidade exibia cartazes cobrando respeito e denunciando a violência da operação.
Quem esteve no local relatou um clima de indignação. Famílias que perderam suas casas afirmaram que a remoção deixou pessoas sem abrigo e sem orientação sobre o que aconteceria a partir dali. A derrubada de imóveis teria acontecido logo após a chegada da polícia, o que reforçou a sensação de desamparo entre os moradores. “A gente só ouviu o barulho das máquinas chegando. Não deu tempo de salvar tudo. Foi muito de repente”, contou uma moradora à reportagem.
Até a publicação deste texto, o Governo do Estado, responsável pela MA-201 e pelas forças de segurança, não havia respondido aos questionamentos sobre a operação, as denúncias de agressividade e o destino das famílias que viviam no local. O silêncio oficial ampliou o sentimento de abandono entre os moradores, que dizem não ter recebido apoio social ou alternativas concretas para onde ir após a desocupação.
A situação reacende um debate contínuo na Região Metropolitana de São Luís: a falta de diálogo entre o poder público e comunidades que ocupam áreas irregulares. Conflitos desse tipo têm se tornado frequentes, envolvendo remoções, disputas fundiárias, denúncias de violência policial e ausência de políticas consistentes de habitação. O protesto desta quinta-feira expõe novamente a vulnerabilidade dessas famílias e a urgência de protocolos mais transparentes e humanizados durante operações desse tipo.
Enquanto o bloqueio seguia causando transtornos, o clima entre os moradores era de revolta e incerteza. Muitos afirmaram que só desocupariam a via após uma resposta clara das autoridades — seja sobre a ação policial, seja sobre o amparo às pessoas que perderam suas casas. A matéria será atualizada assim que houver posicionamento oficial.
