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Quando o Ritmo Corporativo Adoece e Líderes Precisam Cuidar do Próprio Estilo de Vida Para Sustentar Resultados

by admin

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Ritmo corporativo moderno desgasta o corpo, compromete a saúde e cobra seu preço no longo prazo

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Executivos têm chegado cada vez mais cedo aos consultórios com doenças graves, incluindo diferentes tipos de câncer. Isso não acontece apenas por causa do estresse, mas pelo conjunto de hábitos muitas vezes degenerados que o trabalho moderno impõe.

O modelo corporativo atual rouba horas de sono, altera a imunidade, empurra para refeições rápidas e ultraprocessadas, aumenta o consumo de álcool em compromissos sociais, reduz pausas essenciais ao equilíbrio mental, mantém níveis elevados de cortisol (o conhecido “hormônio do estresse”), favorece longos períodos sentado e sustenta uma rotina de sedentarismo em meio a viagens, reuniões online e jornadas extensas no escritório.

É o tipo de cotidiano que desgasta devagar, de forma cumulativa, criando um terreno pró-inflamatório que está na base de muitas doenças crônicas, inclusive o câncer.

Diversos estudos mostram que grande parte dos casos de câncer poderia ser evitada com hábitos que, em tese, são simples, como já pontuamos diversas vezes neste mesmo espaço: alimentação equilibrada, atividade física regular, controle do peso, redução do álcool e combate ao tabagismo. Mas, na prática, esses comportamentos se tornam cada vez mais difíceis diante de agendas imprevisíveis, pressão por resultados e a tendência de colocar as próprias necessidades sempre em último lugar. Não é apenas trabalhar demais. É viver de menos.

É nesse contexto que a discussão sobre o cuidado com a saúde dos líderes entra na pauta. O ambiente corporativo moderno, quando não é questionado, naturalmente compromete o cuidado com a saúde. Por isso, precisamos incentivar que as lideranças sejam capazes de gerar o efeito oposto: restaurar, equilibrar e proteger. E, com isso, criar condições mais favoráveis para resultados sustentáveis.

Recentemente, tive o prazer de participar do lançamento da High Executive Academy, uma escola de executivos, espaço no qual discutiu-se um ponto essencial para o futuro das empresas: líderes não podem mais ser apenas operadores de resultados. Precisam ser agentes de saúde para si mesmos e para quem lideram. É a essência do que eles chamaram de ‘líder regenerador’.

Executivos são treinados para cuidar de tudo, mas talvez não de si mesmos. Mas o corpo não negocia. Ele cobra, e às vezes este preço é alto. O verdadeiro sucesso corporativo, nos próximos anos, terá um novo marcador: longevidade saudável. A saúde do líder define a saúde da equipe e, em última instância, a saúde da empresa. Regenerar não é luxo. É sobrevivência.

*Dr. Fernando Maluf é médico oncologista, cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

 



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