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Quem são as duas investigadas por atuarem como “fantasmas” no gabinete de Hugo Motta?

by admin
Caique Lima

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: José Cruz/Agência Brasil

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou “indícios de fatos graves” envolvendo duas funcionárias fantasmas ligadas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O órgão deu 15 dias para que o gabinete do deputado apresente provas de que Gabriela Batista Pagidis e Monique Agra Magno, ambas ex-assessoras, exerceram de fato suas funções.

As investigações apuram possível dano ao erário e podem resultar em encaminhamento do caso ao Ministério Público Federal (MPF). De acordo com o documento técnico obtido pela coluna de Tácio Lorran no Metrópoles, Gabriela Pagidis, fisioterapeuta, teria trabalhado no gabinete de Motta entre 2017 e 2025, enquanto mantinha vínculo com duas clínicas no Distrito Federal.

Nesse período, recebeu mais de R$ 807,5 mil em salários e benefícios. Já Monique Magno acumulava o cargo de assistente social na Prefeitura de João Pessoa com o de secretária parlamentar na Câmara, algo considerado incompatível. Ela recebeu cerca de R$ 208 mil entre 2019 e 2025.

Os técnicos do TCU solicitaram escalas, registros de frequência e comprovantes de acesso às plataformas corporativas da Câmara. “Deve-se buscar comprovação de que as pessoas implicadas efetivamente exerceram as suas funções, e que não atuaram em cargos públicos inacumuláveis com a função comissionada exercida na Câmara dos Deputados”, diz o relatório.

Sede do Tribunal de Contas da União (TCU). Foto: Divulgação

O subprocurador Lucas Rocha Furtado, do Ministério Público junto ao TCU, pediu ainda a devolução de eventuais valores pagos indevidamente. Além das acusações sobre funcionárias fantasmas, o processo inclui indícios de um esquema de rachadinha no gabinete.

Segundo apuração anterior, sua chefe de gabinete possui procurações para movimentar salários de servidores, o que levantou suspeitas sobre repasses irregulares. A área técnica do TCU estuda enviar os autos ao MPF para uma investigação criminal, que poderá incluir a quebra de sigilo bancário.

Gabriela Pagidis já havia trabalhado nos gabinetes de outros políticos paraibanos antes de ser nomeada por Motta. Ela e quatro parentes (mãe, irmã, tia e primo) receberam juntos mais de R$ 2,8 milhões em salários da Câmara enquanto estiveram ligados ao parlamentar. Já Monique Magno também tem histórico de ligações políticas, tendo atuado no gabinete de Wilson Santiago (Republicanos-PB), aliado de Motta.

O TCU considera que o caso apresenta “potencial dano ao erário” e exige esclarecimentos antes de uma decisão sobre a admissibilidade da representação. “Faz-se necessário diligenciar ao gabinete do representado para que preste esclarecimentos sobre o regime de trabalho das servidoras acusadas de trabalhar como funcionárias fantasmas”, afirma o relatório.



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