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‘Quero que as pessoas se lembrem do que é viver com paixão’

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A vida de Eric Dane, conhecido por trabalhos em séries como “Grey’s Anatomy” e “Euphoria”, mudou de forma abrupta após o diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Depois de gerar preocupação em aparições públicas por causa do visível enfraquecimento físico e de confirmar a doença, o ator se dedicou a um projeto pessoal que será lançado em 2026: suas memórias.

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O ator, de 53 anos, decidiu enfrentar a nova etapa canalizando as experiências em um livro. Intitulada “Book of Days. A Memoir in Moments”, a obra revisita momentos marcantes de sua vida, como o nascimento das duas filhas, o processo de recuperação da dependência de álcool e o dia em que recebeu o diagnóstico.

Em comunicado divulgado pela The Open Field, selo da Penguin Random House responsável pela publicação, Dane afirmou que transformar as vivências em texto se tornou uma forma de lidar com a doença. “Me sinto todas as manhãs lembrando imediatamente de que isso é real, esta doença, este desafio. É por isso que estou escrevendo este livro”, declarou.

O ator disse que deseja registrar os momentos que moldaram sua trajetória.

“Quero capturar o que me formou: os dias bonitos, os difíceis, os que eu nunca dei por garantidos, para que, mesmo que seja só isso, quem leia possa se lembrar do que significa viver com paixão”, afirmou.

Ele acrescentou ainda que espera ajudar outras pessoas. “Se compartilhar isso ajudar alguém a encontrar sentido nos próprios dias, então vale a pena contar minha história”, disse.

Em uma das últimas aparições públicas, em junho, Dane participou da estreia de “Countdown”, série da Prime Video.

A editora descreve o livro como um convite à reflexão sobre o tempo e o valor das experiências, mostrando como é possível redirecionar a atenção para o que importa mesmo diante da rotina. O enfoque combina lembranças pessoais e o relato da convivência com uma doença neurodegenerativa.

Maria Shriver, cofundadora da editora, afirmou que Dane também quer deixar um legado às filhas.

“Eric quer dar às filhas e à família algo do qual possam se orgulhar. Este livro não só as deixará orgulhosas, como ajudará as pessoas a entender o que é e o que não é a ELA”, disse. Ela acrescentou que a obra permitirá compreender “o que acontece com alguém que vive a doença e como todos podemos ser companheiros compassivos para quem sofre condições neurológicas”.

Shriver lembrou ainda que o selo publicou recentemente o livro de Emma Heming, esposa de Bruce Willis, sobre cuidados de pessoas dependentes, e disse que a editora busca incentivar relatos que abordem doenças neurodegenerativas e seus impactos.

Ator Eric Dane e diretora Janell Shirtcliff em lançamento da série “Countdown”, em Los Angeles — Foto: VALERIE MACON / AFP

Dane tornou público o diagnóstico em abril. Desde então, relatou em entrevistas que a ELA já alterou sua rotina e o fez perder o controle do braço direito, com limitações avançando rapidamente e comprometendo sua autonomia.

“Tenho só um braço funcionando. O meu lado dominante. O lado esquerdo funciona; o direito parou completamente”, disse. Ele contou também sentir incerteza sobre o tempo que ainda poderá usar a mão esquerda. “Sinto que talvez em alguns meses eu não tenha mais a minha mão esquerda. É duro”.

A ELA não tem cura e afeta células nervosas do cérebro e da medula espinhal. A degeneração progressiva causa perda de controle muscular e pode começar com fraqueza nos membros, dificuldades de fala ou deglutição. Com o tempo, compromete funções essenciais como movimento, comunicação, alimentação e respiração.

Mesmo com o avanço da doença, o ator tenta manter a agenda profissional. Ele aparecerá na terceira temporada de “Euphoria”, da qual faz parte desde 2019, após retomar as gravações pouco depois de anunciar o diagnóstico.

O ator também fez uma participação em novembro na série “Mentes Brilhantes”, interpretando Matthew, um bombeiro que tenta contar à esposa que recebeu diagnóstico de ELA. O episódio foi o primeiro trabalho gravado após tornar pública a condição e aproximou ficção e realidade.

Durante um painel virtual organizado por I AM ALS e Synapticure, ele comentou a experiência e o impacto emocional da doença. “Não tenho motivo para estar de bom humor em nenhum momento. Ninguém me culparia se eu fosse para o meu quarto, me enfiar debaixo das cobertas e passar duas semanas chorando”, disse.

Ainda assim, ressaltou a importância de permanecer ativo.

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